domingo, 6 de junho de 2021

NA VELHA CASA

                                                        Por Carlos Eden Meira

É uma velha casa centenária. Por aqui vi passar muita tristeza e muita alegria. Aqui, vi morrer pessoas muito amadas e nascer pessoas também muito queridas, e em cada canto existe a doce lembrança daqueles que aqui viveram, sonharam, dançaram, cantaram e cumpriram sua missão de existir. Ainda hoje, aqui sorriem e brincam crianças, jovens se encontram e se enamoram. O futuro ainda lhes é cheio de esperanças e a vida lhes passa plena de alegrias juvenis. Nesta velha e amada casa viveram pessoas que acreditaram, e as que vivem e acreditam no amor e na vida como ela é: cheia de tristezas e alegrias. Muitos de nossos amigos aqui se encontraram para tocar e ouvir músicas, além daquele alegre bate-papo, regado a uma boa cachacinha!

Aqui sempre há música nos momentos tristes e nos momentos alegres, porque a música é a voz de Deus. É a expressão pura e sublime de nossas pobres almas, em busca de uma verdade que está dentro de nós. Aqui, nesta velha centenária casa, dançamos, tocamos e cantamos a canção angelical da vida, que nos encaminha para a almejada serenidade de jamais perder a esperança, porque esta é imortal.

Parece que essas antigas casas centenárias têm o poder de reter em suas paredes, além das marcas do tempo, a beleza de representar a História. Ainda que sejam simples construções sem requinte arquitetônico ou artístico nenhum, ainda que sejam simples pobres moradias, retratam a vida em seus aspectos individuais. Por isso, é triste quando vemos alguma delas desaparecerem em nome do progresso e do desenvolvimento, ainda que algumas, abandonadas e mal localizadas, representem perigo de desabamento, e que nunca foram algum dia, o lar de uma família.

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