J. B. Pessoa.
Lá
fora a chuva pungente!
Aqui
dentro, gélidos ventos da insensatez.
O teu
corpo, quente e macio,
Aquece
o meu em volúpias mil!
Tu me
amas como uma criança,
Que
sorve guloseimas!
Eu te
tenho como um lobo,
Que
devora a sua presa!
Sou
para ti alguém que se fica,
E nem
fica, o que modifica!...
Tu és
para mim, um sonho adorado.
Lá
fora a chuva continua...
Penso
em tudo e em ti também!
Que me
importa os que sofrem,
Se tu
és o prazer que me faz penar?!
Partirás
pela manhã,
Fria, como
a chuva da noite!
O teu
ardor é forma aparente
Da tua
alma fútil e vazia!
Tu não
amas, só te relacionas.
O amor
é para ti coisas do passado!
De
fantasias antiquadas e piegas
Exaltas
a pós-modernidade,
E eu
vivo na obscuridade,
Do
eterno glamour das coisas passadas.
2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário