sábado, 5 de dezembro de 2020

JEQUIÉ E UM TIME PARA HISTÓRIA!

                                                                             Orlindo Lopes

Em pé:  Tufú,  Maica,  Edmilson,  Jurandir,  Ze Augusto,  Carlinhos e  Foca.  Agachados:  Itacaré,  Tanajura,  Dilermando,  Eduardo Corró e Marcos.

Sem qualquer dúvida, Jequié sempre ocupou lugar de destaque no cenário esportivo do Estado da Bahia. Boa parte da grandeza e da qualidade do futebol amador da Bahia brotou das terras Jequieenses, sobretudo nas décadas de cinquenta e sessenta, quando essa importante cidade, a meu juízo, produziu a maior safra de valores do futebol dessas bandas, a ponto de formar um belíssimo time, que acabou conquistando uma série de torneios intermunicipais, e detendo a hegemonia interiorana por bom tempo, o que acabou impondo sua profissionalização, vindo a disputar campeonatos empolgantes, encarando times como Bahia, Vitória, Fluminense de Feira, Leônico, Galícia, entre outros, valendo ressaltar que, na estreia, bateu o tricolor de aço por três a um, no charmoso e imorredouro Aníbal Brito, com uma atuação com uma atuação memorável de Edmilson, Tufú, Carlinhos, Zé Augusto e Paiva, Maíca e Pelé Cotó, Zé do Bife, Tanajura, Dilermando e Marquinhos. Posso até me confundir na escalação, mas seguramente essa era a base daquele timaço. Gostaria de ressaltar ainda, nomes notáveis como Mauro, Bronzeado, Vavá, Bagana, Bajara, Bara, Vando Deteleão, Hugo, e pedir desculpas a alguém que ainda esteja entre nós e que, por falha de memória, deixei de citar.


Seleção de Jequié - Carlinhos, Tufú, Edmilson,  Jurandir, Pelé Cotó e Igi. Agachados: Tanajura, Bara, Dilermando, Maneca e Marcos,

Estou me reportando sobre esse jogo, porque não me recordo de ter visto outro igual, o futebol do interior não pode proporcionar outro espetáculo daquela envergadura. Era um privilégio assistir Maíca passear em campo e tratar a bola como se fosse dele ela fosse, tendo a completar seu trabalho, o extraordinário Pelé Cotó, Tufú, Carlinhos, Zé Augusto e Paiva, formaram um quarteto defensivo imbatível, e na frente, o maestro Dilermando cuidando de criar, (e como criava!), alternativas de um ataque arrasador, formado pelo franzino Zé do Bife, o artilheiro Tanajura e, para mim, o maior porta esquerda amador de toda a Bahia em todos os tempos Marquinhos. O goleiro, esse com certeza foi acometido de um mau que sempre assolou este País, a injustiça. Edmilson, sem qualquer favor, foi, ao lado de Betinho, um dos melhores goleiros da nossa história, e poderia ter atuado em qualquer clube do futebol brasileiro.

Associação Desportiva Jequié - Edmilson, Zé Augusto, Carlinhos, Tufú, Maíca e Paiva. Pinta, Dilermando, Tanajura, Chinezinho, Marcose Foca.

Em fim, sem pretender traçar qualquer paralelo, este time de Jequié, que, na verdade, era o Flamengo, foi uma das mais gratas aparições aos meus olhos naqueles tempos.

Ser me permitirem os meus amigos de Jequié, e se me perdoarem os que praticam hoje em dia, vou continuar contando o que sei a respeito daquele futebol inesquecível, lindo e saudável, com quem tive rápida e gratificante convivência.

Um abraço, fraterno aos meus irmãos 

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