José Barros Meira casou-se
com Maria Letícia da Silva Meira já maduro, com idade acima dos trinta anos e
com experiência suficiente para terem um lar sólido.
José era um comerciante
bem sucedido na região, um homem sério, trabalhador, direito e inteligente.
Maria foi criada na esperança de encontrar um bom casamente, orientada pela
mãe, de maneira que aprendesse os dotes de uma excelente doméstica do lar, como
se diz popularmente, boa de forno e fogão. Depois de um ano de preparo a filha
estava no ponto para o matrimônio.
O casal sempre que
confabulava tinha o desejo de ter filhos. Poderia ser três ou no mínimo dois.
Com o passa do tempo Maria ficou grávida e com isso a alegria deles era muito
grande. Só pensavam no dia da chegada da criança. O enxoval era muito bonito,
tudo feito na expectativa de qual seria o sexo. José preferia um homem e teria
o seu nome. As várias peças feitas eram trabalhos artesanais, presenteados por
parentes e amigos mais próximos.
Naquela época os partos
eram feitos nos próprios lares por parteiras, pessoas que tinham adotado a
profissão por amor. Durante toda a noite Maria sentiu dores, não deixando José
dormir. Bem cedo as contrações foram aumentando e tiveram de mandar chamar com
urgência dona Dorinha, a parteira da família. Ela chegou ofegante devido à
pressa no trajeto, sua casa era um pouco distante da casa do amigo, quase
parente. O diagnóstico foi alarme falso e ainda demoraria a hora de ela apanhar
o neném. Depois de esperar bastante, dona Dorinha resolveu agilizar o parto,
pois o menino estava demorando de vir à luz. O menino nasceu com muito sacrifício
e métodos diversos foram utilizados para ajudar no parto. A tristeza tomou
parte de todos naquele local, quando souberam que a criança estava morta. Muito
choro dos familiares e dos pais que com tanta ansiedade esperavam o primeiro
herdeiro. As causas da morte não souberam por certo, mas acreditaram que foi
pela demora de o menino ser retirado da barriga da mãe, ou ter sido
estrangulado pelo cordão umbilical.
Passados um ano Maria
tolinou a engravidar. Dessa vez tudo ocorreu normalmente, nascendo um belo
menino. O parto foi feito por Dr. Mariotti, na Casa de Saúde e Maternidade
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Charles foi o nome escolhido pelo pai. O Sr.
José mostrou desejo que no futuro o menino estudasse para médico. Um ano e oito
meses depois nasceu Tomaz, mais um menino para alegrar aquela família. Tinha
olhos verdes e cabelos claros. O nome dado e a profissão de engenheiro foi
escolha do papai.
Os meninos foram
crescendo e quando Charles completou dois anos e seis meses o pai veio a
falecer. Dona Maria sofreu bastante com a perda do esposo, mas conseguiu forças
para os dias de dor e dificuldades. Dai por diante dedicou todo o seu amor à
criação dos seus filhos. Mesmo enfrentando os reveses da vida, Maria conseguia
criar seus filhos com bastante dignidade.
Desde pequenos Charles
e Tomaz eram tratados de maneira que despertavam a atenção de todos os amigos e
parentes. As roupas compridas tinham um detalhe notado por todos: sempre eram
iguais, como nos gêmeos, Nas festas escolares, nas viagens que faziam para
Maracás e Salvador, eram sempre admirados pelos trajes bonitos que vestiam.
Charles e Tomaz eram escolhidos pelas tias para namorarem suas filhas que
tinham a mesma idade deles. Charles, o mais esperto nesse sentido, paquerava Sônia, mas tudo sem maldade era uma brincadeira de criança, tudo arrumado entre
parentes. As mentes deles eram sadias e puras. Essas atitudes são difíceis de
acontecer nos nossos dias, onde as crianças já com pouca idade tem a mente
poluída de desejos maléficos.
Ficaram somente
saudades.
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