terça-feira, 27 de outubro de 2020

1971: Regional.

                                  Reinaldo Pinheiro

Em 1971, houve uma mudança radical em nossas vidas: na minha e nas de alguns amigos, ou seja, morar em Salvador, fazer universidade!

A tríplice despedida: dos meus pais, da minha cidade e da vida profissional de músico, encerrada no carnaval da AABB, em Vitória da Conquista, tocando do conjunto, Kynta Dimensão.

O mundo mudou! Vida nova, novos hábitos, outra cidade, novo endereço!

Tive a sorte e a felicidade de ir morar na casa da minha irmã, Lua e do meu cunhado, Spínola, onde já estavam os meus irmãos, Juvenal, José e Joel.

O apartamento ficava na Barra, no Clemente Mariani, próximo ao Porto, o que facilitava minhas idas e vindas à praia, aos sábados, domingos e feriados!

Tínhamos vendido nossa casa em Jequié para dar de entrada na compra de um apartamento em Salvador. O edifício ficou pronto e entregue aos moradores em outubro de 71. Com isso, deixamos a casa do nosso cunhado, Spínola, indo morar na rua Flórida, Graça.

Em seguida, foi a vez dos nossos pais virem morar conosco em Salvador. Foi um período muito fértil em nosso desenvolvimento intelectual, profissional e afetivo também!

Numa noite, quando tocávamos violão, tive a feliz ideia de criarmos um conjunto musical, formado por mim, meus irmãos José e Joel, mais os amigos de Jequié, Cléber Ferreira, Valfredo Dórea e Humberto Meira. Faltavam os instrumentos! Aceita a sugestão, por unanimidade, fomos à loja de instrumentos musicais, A Primavera, onde compramos: cavaquinho, atabaque, cabaça e tamborim. Violão, já tínhamos!

Como havíamos tocado em conjunto em Jequié, não foi difícil o entrosamento! Cléber assumiu o atabaque; Humberto, a cabaça; Valfredo, o tamborim; José, o violão e eu, o cavaquinho! Tocávamos de tudo: rock, samba, músicas românticas! Beatles, Renato e seus Blue Caps, Chico, Gil, Caetano, Benito de Paula, Nelson Gonçalves, Jamelão e o que pintasse! Nosso forte, era o vocal!

O local que mais tocamos foi um bar chamado Cumbuca, de propriedade de Hans, irmão da saudosa, Marta Rocha. Quando íamos para Jequié nos festejos de São João, durante carnaval, no JTC e nas exposições agropecuárias, o nosso Regional atuava fortemente com a presença dos amigos da nossa cidade.

Sem dúvida, o Regional consolidou ainda mais a nossa amizade, nos mantendo unidos pelo cordão harmonioso da música!

Como éramos todos universitários, à medida que íamos nos formando, naturalmente, fomos assumindo nossas responsabilidades profissionais. Cléber, formado em Direito, foi advogar em Jequié; Valfredo, formado em Educação Física, foi iniciar sua carreira no Colégio Taylor Egídio, em Jaguaquara; Humberto deu início aos seus projetos de engenharia. E assim foi…

Desta forma, o Regional ficou na saudade! Passamos a tocar nossas vidas com outros instrumentos, em novas atividades, no palco do trabalho!

Que saudade daquele tempo musicado! (Fonte: Blog de Lú Lélis)

 

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