segunda-feira, 5 de junho de 2017

FILHAS MINHAS


                                                         MOGA NETO

Poesia são como filhas minhas
Que todo pai ao mundo doa
De asas frágeis se eleva e voa
Beijando flores ou acendendo amores
Revive saudades ou ameniza dores.

São águias noturnas, lanças aladas
Flechas certeiras que vêm do nada
Atingem a gente, e nos atordoam
Nos derrubam à terra, mas não nos magoam
São grilhões etéreos, mas não aferroam.

Frágeis garças que da pena fogem
Alcançam o mundo, buscam liberdade
Pai é doar, é amar de verdade
Escondo a tristeza, finjo não sentir,
Querendo que fiquem, deixo-as partir.


* A poesia foi editada no livro "Sinto Muito Tua Falta" - III Concurso Literário da ALJ - Prêmio Eusínio Soares de Literatura Brasileira.

* Moisés Elpídio de Almeida Neto, chamado Moga Neto, é baiano de Conceição de Feira, onde nasceu em 18/10/1939. Funcionário aposentado da Coelba, é técnico em eletrônica (Escola de Engenharia Eletromecânica da Bahia) e administrador de Empresas (Universidade Católica do Salvador). Escreveu o romance Ás Margens do Umburana. Participou da coletânea Cem anos de poesia e prosa (1997), edição da Academia de Letras de Jequié, da qual é membro.




Nenhum comentário:

Postar um comentário