quarta-feira, 28 de junho de 2017

Anésia Cauaçu é tema é de estudo monográfico na Universidade Federal de Alagoas


O romance Anésia Caaçu, de Domingos Ailton, é mais uma vez referência para estudos sobre a primeira mulher que ingressou no cangaço. Na manha da quarta –feira, dia 28 de junho, no Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas - UFAL em Delmiro Gouveia – AL, Talita Cordeiro Rocha, aluna do curso de História defendeu no seu estudo monográfico de conclusão de curso a pesquisa científica A importância da Mulher no Cangaço: Anésia Cauaçu.
Talita Cordeiro Rocha teve como orientadora a professora Sheyla Farias Silva (UFAL – Campus do Sertão) e participantes da banca examinadora da monografia, professor Vladimir José Dantas (UFAL – Campus do Sertão) e a professora Mariana Emanuelle Barreto de Góis (UNIAGES).
“A presente pesquisa importou-se na discussão da mulher como figura empoderada e protagonista de suas atitudes de lutas e vitórias diante o contexto do cangaço. O trabalho buscou discutir o papel da mulher na sociedade, a forma como ela foi e continua sendo tratada historicamente, bem como a importância de inseri-la como sujeito da história. Nesta perspectiva, confirmou-se, a mulher como objeto da narrativa literária, descreveu-se algumas notas sobre o cangaço, a história dos Cauaçus e particularmente, a história de Anésia Cauaçu, como exemplo de luta por espaço na história e de exemplo de mulher do cangaço. O trabalho se atentou ainda em refletir sobre este contexto, analisando assim as formas como as mulheres cangaceiras são descritas ao longo da história”, relata Talita Cordeiro Rocha. A pesquisadora conta que começou a se interessar em estudar Anésia Cauaçu quando participou de uma oficina sobre o tema, ministrada pelo escritor Domingos Ailton no III Congresso Nacional do Cangaço, realizado pela Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) em outubro de 2013. Adquiriu o romance Anésia Caaçu e passou a manter contato direto com Domingos Ailton, que lhe indicou outras fontes para a pesquisa monográfica.
“Ao fazermos a análise acerca da história de Anésia, podemos perceber a importância de estudar o sertão, cenário de resistência e luta não só de homens, mas também de mulheres como a destemida e ´mulher à frente do seu tempo´, Anésia Cauaçu que desafiou as imposições nos lugares femininos, obtendo um papel relevante no cangaço”, pontua Talita Rocha.
No último dia 17 de maio último, o Colégio Social de Jequié promoveu a Conferência Social sobre os livros Figuras Típicas e Religiosidade Popular de Jequié e Anésia Cauaçu, de Domingos Ailton. O evento, coordenado pela professora Karla Carvalho, contou com comunicações científicas dos alunos Andressa Duarte, Beatriz Cavalcante, Beatriz Ferreira, Heloisa Matos, Rafael Felipe e Henrique Nascimento. a partir de análise literária das produções literárias de Domingos Ailton.
“Dia 23 de junho de 1917, a Praça Rui Barbosa em Jequié, local onde ocorria a feira livre virou um campo de batalha. Anésia Cauaçu à frente de mais de cem cangaceiros atacou Tranquilino e seus jagunços. O sobrado construído por Vicente
Grillo (que irresponsavelmente foi demolido em 1989) chegou abrigar mais de 400 anos, inclusive o juiz da Comarca e o promotor público. Portanto, dia 23 de junho último, completou 100 anos dessa histórica batalha na Praça Rui Barbosa”, destaca Domingos Ailton, que escreveu sobre o fato na Revista Cotoxó e já havia registrado o acontecimento, reunindo o real e a ficção no romance Anésia Cauaçu.
“Um século depois, Anésia Cauaçu ser lembrada pela memória coletiva e se tornar objeto de estudo científico em outras regiões, rompendo as fronteiras de Jequié e da Bahia, é um acontecimento significativo, que merece ser registrado”, ressalta Domingos Ailton.

Festa Literária de Mucugê
O escritor Domingos Ailton foi convidado pela organização da segunda edição da FLIGÊ - Feira Literária de Mucugê, Chapada Diamantina-BA, para proferir a palestra Anésia Cauaçu, uma mulher à frente do seu tempo, dia 13 de agosto, às 11 h, no Centro Cultural de Mucugê. (Ascom do escritor Domingos Ailton)

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