domingo, 15 de agosto de 2021

ARTISTAS FAZEM TRIBUTO AO JEQUIEENSE JORGE SALOMÃO

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Capa do álbum ‘Poéticas – Jorge Salomão’
Foto: Elena Moccagatta com arte gráfica de Claudia Lammoglia

O poeta, compositor e agitador cultural, Jorge Salomão, sempre foi um furação por onde passou. Falecido no dia 7 de março do ano passado, aos 73 anos, o jequieense, irmão do também saudoso Waly Salomão, é lembrado por artistas que participam de um projeto todo dedicado a ele. Vários músicos que conviveram com Jorge, integram o álbum que foi lançado nas plataformas digitais na sexta-feira (13agosto21).

Ao todo são 15 músicas de diversas fases da vida do poeta e letrista que faleceu pouco depois da conclusão das gravações. Desde hits como “Noite” e “Pseudoblues”, ambas de 1987, até canções inéditas gravadas para o álbum, como “Todas as manhãs”, em parceria e voz de Frejat, e “Aquela estrada”, escrita com Alexandre Rabello e interpretação de Zélia Duncan, fazem parte da homenagem.
Gravado entre 2019 e início de 2020, sob o olhar cuidadoso do próprio Jorge Salomão, que acompanhou todo o processo de registro de sua obra musical, “Poéticas”, têm a participação de 13 cantores e cantoras de diferentes gerações. Uma mescla de artistas consagrados, destaques da cena brasileira e novos nomes, criando uma obra em que Frejat, Zélia Duncan, Zeca Baleiro, Wanderléa, Áurea Martins, Mônica Salmaso, Jussara Silveira, Khrystal, Patrícia Mellodi, Renato Braz, convivem com Almério, Chico Chico e Dani Black.

Segundo o diretor artístico do disco, Luiz Nogueira, os intérpretes foram pensados por ele e por Jorge que, ao longo de sua vida, transitou pelas artes: foi diretor teatral, performer, ator, iluminador, letrista, poeta. “O disco tem como objetivo atualizar as canções para o nosso tempo, com arranjos, direção musical, intérpretes e músicos para que o legado do poeta possa ser apresentado esteticamente a essa e às futuras gerações”, completa Nogueira.
O DISCO
Com direção e produção musical de Mario Gil, além de “Pseudoblues” e “Sudoeste”, singles lançados em julho, o cancioneiro ainda traz a balada “Noite”, “Comendo vidro”, “Do sertão ao mar”, “Anjo”, “Só quero cantar”, “É tudo ficção”, “Fúria e folia”, “Política voz”, “Vários em um”. E as inéditas: “Aquela Estrada”, “Olhos fechados” e “Todas as manhãs”. Ainda há uma faixa declamada pelo próprio Salomão, “Poéticas”.
Jorge Salomão
Nascido em Jequié, em 1946, Jorge Salomão estudou Ciências Sociais e Teatro em Salvador. Em 1969, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde sua presença foi marcante na cena cultural da cidade. Como letrista, conquistou alguns grandes sucessos com algumas canções como “Noite”, na voz de Zizi Possi, e “Pseudoblues”, com Marina Lima. Foi parceiro de Frejat, Adriana Calcanhoto, Nico Rezende, entre outros. Também trabalhou com nomes de destaque das diferentes artes. De Hélio Oiticica e Torquato Neto, a Caetano Veloso e Gal Costa, entre outros. Dirigiu o show de Luiz Gonzaga (1972) que aproximou o rei do baião a novos públicos, foi inspiração de Gilberto Gil para compor “Jeca Total” e após iniciar sua trajetória como diretor teatral, se tornaria letrista de música popular e autor de livros de poesia. Produziu capas de discos e publicou os livros Mosaical (1996), O olho do tempo (1997), Campo da Amerika (1998), Sonoro (1999), Alguns poemas e + alguns (2016) e 7 em 1 (2020). (Souza Andrade)

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