sexta-feira, 26 de março de 2021

O JOGO A.D.J X BAHIA

Foi uma noite desagradável para todos nós jequieenses aquela que marcou a estreia do nosso time no colosso da Fonte Nova. Noite de azar, de tristeza e de lágrimas. Noite mais escura que todas, porque assistiu a queda fulminante, dolorosa e espetacular do clube que nos representa neste certame baiano de futebol. Não queremos deixar recair sobre os cracks da ADJ, sobre seu técnico e diretores toda a tristeza que nos invade. Não permitiremos até mesmo que torcedores mais exaltados se recusem a continuar dando a assistência que promove, que ajuda, que incentiva, após a fragorosa derrota de quinta feira p. p.

Não foi surpresa a queda do líder. Surpresa foi o placar estonteante, humilhante, triturador. Seis tentos a um, deixam marcas profundas em um clube de futebol, principalmente quando este vem liderando uma campanha.

Mas, se atentarem bem para as duas últimas edições deste jornal, haverão de sentir os senhores que apontávamos as falhas do nosso time, falhas que permitiram a goleada do Bahia. Claro o que queríamos o absurdo se tivéssemos a altivez de proferir que somos melhores que o Bahia. Não o somos. Primeiro, porque não temos ainda a experiencia, a malícia do tricolor baiano. Segundo, porque nos faltam elementos humanos para competir com um time que possui estrelas de primeira grandeza e a prova está em suas arrancadas além do nosso estado.

Nosso time está ainda verde, plantel jovem, sem uma estrutura tática, sobretudo inibido. Não comentaremos o jogo de quinta-feira, aquele que marcou a primeira derrota da ADJ neste campeonato. Queremos, sem agradar, sem bajular – apenas criticar colaborando – dizer que precisamos urgentemente adquirir novos valores. Aqueles que apontamos na última edição deste jornal. Sabemos ser dispendiosa boa contratação. Mas, é preciso que faça.

Uma palavra aos torcedores: Levantemos a cabeça, olhemos o horizonte, retiremos a nuvem da tristeza e caminhemos. Caminhemos para a vitória futura. Porque, temos que reconhecer nossa fragilidade. O cronista, o torcedor, não devem admitir a vitória do clube. Não ele tem dizer que ganhamos, mas estamos jogando errado. Perdemos porque fomos pior. O que Edmilson disse a uma emissora baiana, não devia. Culpar o técnico é querer um bode expiatório para as próximas jornadas da ADJ. Repetimos: péssimas. Vitória não significa ser o melhor. Muitas vezes o derrotado é mais digno de aplausos.

O técnico Maneca ainda não conseguiu a estrutura tática do time. Faltam-lhe elementos humanos. Se o clube não pode comprar um quarto zagueiro, um meia armador, um homem para lutar na frente contra a zaga inimiga não lhe cabe culpa alguma.

Sentimos, ao final deste comentário, sentimos muita tristeza com a primeira derrota do nosso clube. Mas talvez não sejam os rapazes da ADJ os únicos culpados. Muitos amigos (da onça), estão com a consciência doendo. Elogiar porque venceu... Não é isto que se deve fazer. Vencer bem, conscientemente, sim, merece elogios. Talvez o sucesso tenha subido para às cabeças dos meninos da ADJ. Quem sabe? O certo é que fomos triturados na Fonte Nova. O certo é que a cidade sentiu a derrota, porque em cada semblante do jequieenses existe a tristeza dominando.

Mas somos o líder... ainda. Precisamos recuperar o time e para isto, você está sendo convocado. Você que fala, mas não vê: você que critica sem ajudar; você que vai para o morrinho vê o jogo para não pagar ingresso, você que é penetra no estádio, você precisa se integrar àqueles que fiel e sinceramente ajudam ao nosso time. Perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra.

Fomos o pior em campo. Fomos de uma infantilidade que causou pena. Mas, nem por isso, desanimemos.

A nossa derrota frente ao Bahia, provou-nos uma coisa: Estamos ainda engatinhando.

Precisamos levantar para andar. Como gente grande. (Jornal Jequié - 17/05/1971 - Fonte: Biblioteca Luiz Neves Cotrim do Museu Histórico de Jequié Material fornecido pelo Museólogo  Antônio Varjão Matos).

 

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