quarta-feira, 31 de março de 2021

Interior 0 X Federação 0

No Campeonato que a Associação Desportiva Jequié está travando contra a Federação Bahiana de Futebol, ao que nos parece não pode haver vencedor, haja vista para os sucessivos “empates” nas pugnas realizadas, quando o placar não se movimenta embora surjam oportunidades para tal.

Contra o Ilhéus, o trio de arbitragem empatou o jogo causando sérios aborrecimentos à imensa torcida jequieense, que demostrou algo que não é do seu feitio: tentativa de agressão ao árbitro, ou melhor, aos árbitros. Condenável a atitude até certo ponto, mas justificada porque ninguém tem sangue de barata e muitas vezes pode cometer desatinos. Contra o Galícia, mais um empate, quando todo mundo sabe que Jequié recebeu condição de marcar, através um pênalte sua senhoria o juiz não permitiu, dizendo que não houve a falta máxima. Ele é a autoridade. Quem manda no quadrilátero são os homens da Federação mas, não é possível que se faça em nome da Lei do esporte tanto absurdo. Aliás, para o cronista isto não é surpresa. O interior não pode e não deve almejar título máximo. Somos pequeninos grão de areia no deserto político e financeiro da Federação.

O interior tem de ganhar o jogo com gols fora da área, inapelável para o arqueiro adversário e para o trio de arbitragem. Não lhe digo que todos os juízes da Federação são passiveis de erros tão mesquinhos e infantis como os que estamos a assistir. Mas, imaginaram os senhores o que é um Bahia, um Vitória chegar em situação aquém dos times do interior?.. A política esportiva sempre tem uma válvula escapatória. Quem leva milhões para os cofres da entidade são os times do porte de Bahia, de Vitória. O que é que quer Jequié, Ilhéus, Itabuna, Alagoinhas, Feira e etc., lutando contra a maré?

 Não vamos mais tentar agredir os árbitros. Nós de Jequié, não. Vamos sim, incentivar nossos craks para fulminar o adversário sem que possam suas excias., impedir os gols. Enaldo está se revelando o técnico que Jequié precisava. A torcida está dizendo presente ao estádio. O estádio precisa se equipar para receber o grande público. No mais, Federação e interior será sempre zero a zero até que um dia, quem sabe?, e como ontem caminhou para o governo, caminhe hoje para o esporte dizendo que também pode, deve e vai conquistar o seu lugar de destaque, nem que para isto se faça necessário golear o time da Capital e deixar que o juiz nenhum diminua o placar. Quem manda sempre é o mais forte. É a Lei da Natureza. Só podemos mudar este raciocínio sendo o mais forte e para isto estarem todos juntos, para acabar com este eterno zero a zero. (Jornal Jequié - 14/06/1971- Fonte: Biblioteca Luiz Neves Cotrim do Museu Histórico de Jequié - Material fornecido pelo Museólogo  Antônio Varjão Matos).

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