No Campeonato que a
Associação Desportiva Jequié está travando contra a Federação Bahiana de
Futebol, ao que nos parece não pode haver vencedor, haja vista para os
sucessivos “empates” nas pugnas realizadas, quando o placar não se movimenta
embora surjam oportunidades para tal.
Contra o Ilhéus, o trio
de arbitragem empatou o jogo causando sérios aborrecimentos à imensa torcida jequieense,
que demostrou algo que não é do seu feitio: tentativa de agressão ao árbitro,
ou melhor, aos árbitros. Condenável a atitude até certo ponto, mas justificada
porque ninguém tem sangue de barata e muitas vezes pode cometer desatinos.
Contra o Galícia, mais um empate, quando todo mundo sabe que Jequié recebeu
condição de marcar, através um pênalte sua senhoria o juiz não permitiu,
dizendo que não houve a falta máxima. Ele é a autoridade. Quem manda no
quadrilátero são os homens da Federação mas, não é possível que se faça em nome
da Lei do esporte tanto absurdo. Aliás, para o cronista isto não é surpresa. O
interior não pode e não deve almejar título máximo. Somos pequeninos grão de
areia no deserto político e financeiro da Federação.
O interior tem de
ganhar o jogo com gols fora da área, inapelável para o arqueiro adversário e
para o trio de arbitragem. Não lhe digo que todos os juízes da Federação são
passiveis de erros tão mesquinhos e infantis como os que estamos a assistir.
Mas, imaginaram os senhores o que é um Bahia, um Vitória chegar em situação aquém
dos times do interior?.. A política esportiva sempre tem uma válvula escapatória.
Quem leva milhões para os cofres da entidade são os times do porte de Bahia, de
Vitória. O que é que quer Jequié, Ilhéus, Itabuna, Alagoinhas, Feira e etc.,
lutando contra a maré?
Não vamos mais tentar agredir os árbitros. Nós
de Jequié, não. Vamos sim, incentivar nossos craks para fulminar o adversário
sem que possam suas excias., impedir os gols. Enaldo está se revelando o
técnico que Jequié precisava. A torcida está dizendo presente ao estádio. O
estádio precisa se equipar para receber o grande público. No mais, Federação e
interior será sempre zero a zero até que um dia, quem sabe?, e como ontem
caminhou para o governo, caminhe hoje para o esporte dizendo que também pode,
deve e vai conquistar o seu lugar de destaque, nem que para isto se faça necessário
golear o time da Capital e deixar que o juiz nenhum diminua o placar. Quem
manda sempre é o mais forte. É a Lei da Natureza. Só podemos mudar este
raciocínio sendo o mais forte e para isto estarem todos juntos, para acabar com
este eterno zero a zero. (Jornal Jequié - 14/06/1971- Fonte: Biblioteca Luiz
Neves Cotrim do Museu Histórico de Jequié - Material fornecido
pelo Museólogo Antônio Varjão Matos).
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