domingo, 14 de março de 2021

Álbum de Recordações: Riacho de Jequiezinho.

                                            Por Reinaldo Pinheiro

Reinaldo Pinheiro (sem camisa) com os irmãos José e Joscelia, a mãe Edeltrudes e Elza Pinheiro


Meus olhos se enchiam d’água/ Com as tuas águas barrentas/ Atravessava a nado o teu leito/ Com a força batendo no peito/

Tu na estiagem eras seco/ Caminho de cobras, lagartos/ Mas nas chuvas das águas/ Eras rio caudaloso, eras enchente/ Sem temer tuas correntezas/ Em meio aos peixes, eu nadava…

Da ponte de Newton pulava/ Voando como um coleiro/Feito pipas desgarradas/ Não demoravas a secar/ O Rio de Contas te levava/ Pras águas verdes do mar!

Fecho os olhos e me vejo/ Cercado de bem-te-vis/ Azulões, papa-capins/ Pousados nos juazeiros/ Nos velames, quixabeiras/

No meio da molecada/ De calção de tricoline azul/ Que só mamãe costurava/ Voltava pra casa correndo/ Alegre, sorrindo, feliz/ Com os pés sujos de lama/

Pensando na minha cama/ Na sova antes do banho/ De galhos de erva-cidreira/ Finos como as canelas/ Daquele menino amarelo/ Magricelo e brejeiro!

Herói comigo, enfunava o peito/ Por ter rompido as barreiras/ Do medo que o rio me dava/

De repente, tudo era paz/

Enfim, estava dentro de casa!

(Blog Jequié Repórter)

Nenhum comentário:

Postar um comentário