domingo, 28 de março de 2021

ADJ empata com o Flu de Feira.


A semana que findou deixou transformações profundas na equipe da Associação Desportiva Jequié, vez que, novo técnico está a lhe dirigir os destinos, após a demissão de Maneca Mesquita. Contratamento de Enaldo Rodrigues deu-se após movimentada reunião na qual os cartolas da ADJ pesaram na balança de julgamento a jornada do ex-líder, somando suas atuações e particularmente as três derrotas consecutivas, contra o Bahia  (6 X 1), contra o Leônico (2X0) e contra o Ilhéus (1 X 0).

Enfim acharam o culpado para o grande desastre: Maneca Mesquita. Colocaram sua cabeça na bandeja, e como Salomé do esporte deram-lhe sorrindo à torcida inquieta e buliçosa, amante das emoções. Sim, deveria ser mesmo Maneca Mesquita o responsável pela queda vertiginosa do líder.

Futebol tem nuances que interessam pela alegria e pela revolta. O técnico de futebol é como fotógrafo: se a fotografia é boa, a máquina que tem boa procedência, se é ruim foi o fotografo que não soube trabalhar; Poderia ser idêntico á posição do arqueiro, se defende um lance difícil, deu muita sorte; se deixa passar, é franquista.

Mas, enfim a Diretoria da ADJ arranjou o culpado e como tal mandaram-lhe embora, para 24 horas depois contratarem o nome de Enaldo Rodrigues, também demitido do Galícia pelas derrotas do time do Poder azul.

Ninguém pode e não deve julgar o trabalho de Enaldo pelo empate de domingo contra o Fluminense. Aliás, se fossemos julgá-lo seria para parabenizar, porque, se não armou uma ofensiva capaz de arrasar com a defesa adversária, pelo menos não deixou que a meta de Edmilson avassalada pelos gols do time feirense, que atuou melhor, esta é a verdade, sem contudo obscurecer nossa performance dentro do gramado do Joia do Sertão. A saída de Maneca e consequentemente sua entrevista na emissora local, deixou-nos numa dúvida cruel: será que somente o técnico orienta o time da ADJ? Pelo que ouvimos, tem muita gente dando uma de Zagalo e dizendo aos garotos como e por onde devem jogar. Isto quer dizer que tem mais de um técnico no time, o que seria bom alvitre, se aumentar a fohla de pagamento do clube local. 

Não acreditamos que Enaldo Rodrigues aceite estes palpites dos donos do nosso futebol. Cada um em sua função e todos unidos pela ADJ, isto concordamos. E o Enaldo, foi logo transparecendo seu modo de agir, quando ordenou operação “corta cabelo” e todo o pessoal cumpriu as ordens, coisas aliás que apoiamos, porque cabelo grande, costeleta e cavanhaque fica bem para James Bond não para jogador de futebol, porque muitas vezes com receio de desmanchar seu “pimpão”, o craque deixa de marcar um tento... 

Na estreia, o Enaldo armou o time para o empate com o Fluminense, ou pelo menos, para não tomar goleada. Deu certo e não se movimentou o placar em Feira de Santana. Agora, vamos esquecer o passado, marchar para a frente tirar do banco de reservas os “perus”, cortar cabelo de todo mundo, puxar no treino físico, exigir as condições necessárias, dar ao jogador o conforto que merece, mas, sobretudo, incutir-lhe que são profissionais e como tais devem trabalhar.

Para Maneca nosso abraço e gratidão por tudo que realizou pelo futebol de Jequié. Para o Enaldo, toda esperança em sua inteligência, todo respeito pela sua função e toda ajuda que necessitar para a sua Bahia! JEQUIÉ VOLTARÁ PARA ESBUGUELHAR... (Jornal Jequié - 31/05/1971 - Fonte: Biblioteca Luiz Neves Cotrim do Museu Histórico de Jequié Material fornecido pelo Museólogo  Antônio Varjão Matos).

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