quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

S F do Conde: Petroleiros deflagram greve e acusam perda de direitos com privatização

S F do Conde: Petroleiros deflagram greve e acusam perda de direitos com privatização
Foto: Reprodução / G1

Eles protestam contra a anunciada privatização da Refinaria Landulpho Alves [Rlam], em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Desde as primeiras horas da manhã eles se concentram na frente da refinaria, no chamado Trevo da Resistência, onde a passagem para veículos está bloqueada.

 

Ao Bahia Notícias, o diretor do sindicato dos petroleiros da Bahia [Sindipetro-BA], Radiosvaldo Costa, disse que a ideia é fazer uma assembleia por volta das 8h junto com trabalhadores que estão chegando ao local para definir uma agenda de manifestações. Segundo Costa, a relação dos funcionários com a direção da Petrobras, responsável pela refinaria, piorou nos últimos anos.

 

“Esse anúncio de privatização da Relan trouxe um conjunto de insegurança aos trabalhadores da refinaria. Nossa luta é pelos empregos. Temos muito receio da diminuição dos postos de trabalho, das perdas de benefícios. A atual direção da Petrobras também passou a fazer assédio contra os trabalhadores”, relata. O sindicalista acredita que a anunciada privatização pode ser suspensa.

 

No entanto, Radiosvaldo Costa afirma que seria necessário o envolvimento da população. “Nós acreditamos que isso possa ocorrer, mas é um processo que não depende só dos petroleiros”, declara. Ele argumenta que caso a privatização não seja cancelada, os prejuízos devem aparecer já no médio prazo. “Nossa perspectiva, junto com estudos de economistas que nós consultamos, é que os preços de derivados do diesel subam ainda mais, o que vai fazer com que produtos com gás de cozinha tenham elevação de preço”, aponta.

 

Primeira refinaria do sistema Petrobras e segunda em processamento de barris [330 mil por dia], a Rlam tem 700 funcionários próprios e outros 1,7 mil terceirizados. Em nota, a Petrobras criticou a forma da greve iniciada pelo Sindipetro-BA.

 

OUTRO LADO

A empresa disse que recebeu a notificação do sindicato, declarando a paralisação, mas disse que o motivo apontado pelos trabalhadores “desinvestimento da Rlam” não preenche os requisitos legais para o exercício do direito de greve e declarou que a venda da refinaria baiana não acarretará perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras.

 

Ainda na nota, a companhia afirmou que “já garantiu, reiteradamente, que todos os empregados que optarem por permanecer na Petrobras serão realocados em outros ativos e áreas da companhia. No atual Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, a companhia se compromete a não fazer nenhuma demissão sem justa causa, portanto, é descabido associar a venda da Rlam ao movimento grevista”, diz a empresa. (Bahia Notícias)

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