Eles
protestam contra a anunciada privatização da Refinaria Landulpho Alves [Rlam],
em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Desde as
primeiras horas da manhã eles se concentram na frente da refinaria, no chamado
Trevo da Resistência, onde a passagem para veículos está bloqueada.
Ao Bahia Notícias, o diretor do sindicato dos petroleiros da
Bahia [Sindipetro-BA], Radiosvaldo Costa, disse que a ideia é fazer uma
assembleia por volta das 8h junto com trabalhadores que estão chegando ao local
para definir uma agenda de manifestações. Segundo Costa, a relação dos
funcionários com a direção da Petrobras, responsável pela refinaria, piorou nos
últimos anos.
“Esse anúncio de privatização da Relan trouxe um conjunto
de insegurança aos trabalhadores da refinaria. Nossa luta é pelos empregos.
Temos muito receio da diminuição dos postos de trabalho, das perdas de
benefícios. A atual direção da Petrobras também passou a fazer assédio contra
os trabalhadores”, relata. O sindicalista acredita que a anunciada privatização
pode ser suspensa.
No entanto, Radiosvaldo Costa afirma que seria necessário o
envolvimento da população. “Nós acreditamos que isso possa ocorrer, mas é um
processo que não depende só dos petroleiros”, declara. Ele argumenta que caso a
privatização não seja cancelada, os prejuízos devem aparecer já no médio prazo.
“Nossa perspectiva, junto com estudos de economistas que nós consultamos, é que
os preços de derivados do diesel subam ainda mais, o que vai fazer com que
produtos com gás de cozinha tenham elevação de preço”, aponta.
Primeira refinaria do sistema Petrobras e segunda em
processamento de barris [330 mil por dia], a Rlam tem 700 funcionários próprios
e outros 1,7 mil terceirizados. Em nota, a Petrobras criticou a forma da greve
iniciada pelo Sindipetro-BA.
OUTRO LADO
A empresa disse que recebeu a notificação do sindicato,
declarando a paralisação, mas disse que o motivo apontado pelos trabalhadores
“desinvestimento da Rlam” não preenche os requisitos legais para o exercício do
direito de greve e declarou que a venda da refinaria baiana não acarretará
perda de direito ou vantagem trabalhista para os empregados da Petrobras.
Ainda na nota, a companhia afirmou que “já garantiu, reiteradamente, que todos os empregados que optarem por permanecer na Petrobras serão realocados em outros ativos e áreas da companhia. No atual Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2022, a companhia se compromete a não fazer nenhuma demissão sem justa causa, portanto, é descabido associar a venda da Rlam ao movimento grevista”, diz a empresa. (Bahia Notícias)
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