quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Arte Suburbana, Arte Mambembe, Arte Circense, Arte de Rua, MAS É ARTE

PROFESSOR JORGE BARROS

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Alguma cabeça pensante já teria dito: Hoje, arte é, aquilo que o artista diz que é. E quando o artista diz que não é, por que os outros continuam a dizer que é? A arte nunca foi e nunca será um produto de uma classe social; um produto de uma camada privilegiada da sociedade. A arte é um sentimento oriundo da composição genética de cada indivíduo, de cada ser. E, por conseguinte, esse natural sentimento deve ser levado às ruas, praças, avenidas, vilas, aos povoados, distritos...Ele foi criado para esse fim. Ele está em cada artista para esse fim. O verdadeiro artista deve ser possuído da rebeldia construtivista e do desejo transformador e consciente, para que sua sociedade não se torne em um paraíso dos idiotas perdidos; para que ela não se torne em uma civilização de homens inúteis e sem o construtivismo no seu ideal de vida. No decorrer da história, Jequié vem perdendo sua identidade artístico-cultural e seu ideal de vida com a cultura de sua gente e história. A cultura (cultura num sentido bem mais amplo, num sentido cósmico) do fracasso predomina aqui; a antiarte dos imbecis na administração pública municipal se alastrou tanto que agiu como se fosse uma camada de entorpecentes que rouba os nossos sonhos dourados e fantasias magnificas. Quatro anos se passaram na administração municipal 2013/2016 sem nenhuma perspectiva renovadora na produção artístico - cultural para os artistas e a sociedade jequieense como um todo; quatro anos se passaram na administração municipal 2016/2020 sem um processo artístico renovador, libertador e consciente; quatro anos se passaram nessa administração sem um sério projeto de cultura e arte, engajado com a formação do homem e a construção da cidadania. A Casa da Cultura, que nunca foi Casa da Cultura, e sim um espaço abandonado e decadente no pior sentido da palavra, há anos é a própria caricatura da cultura do fracasso; o Teatro Municipal de Jequié, que, ironicamente já foi chamado de Palácio das Artes, há anos se encontra fechado, sem funcionalidade; servindo de depósito para ratos, baratas, escorpiões etc; e nunca para os artistas, a arte e a cultura. Essas duas trágicas realidades são provas, dentre outras, de que prefeitos que por aqui passaram, não tinham nenhum compromisso com a evolução do saber artístico e da história da cultura de nossa gente e, tampouco, com o bem-estar da sociedade para que esta pudesse desfrutar dos bens materiais e imateriais. Só resta aos artistas irem às ruas e praças; só resta aos artistas de vanguarda ocuparem as ruas e praças, nem que seja com a arte mambembe, a arte de rua, a arte circense... Arte e contestação sempre caminharam de mãos dadas. Foto desta coluna: Manifestações artísticas na Praça Rui Barbosa, dia 02 de dezembro de 2006, em homenagem ao Dia da Cultura em Jequié. Proposta esta discutida e aprovada na reunião do Conselho de Cultura, sob a nossa presidência, no dia 14 de outubro de 2006. Saia do imobilismo; não contribua para que Jequié seja uma cidade dominada pelo vazio e pelo nada. Os tolos e os fracos se calam, os sábios e os guerreiros se agitam (Bertolt Brecht).

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