J. B. Pessoa
Capítulo - 63 do livro " Guris e Gibis".
Naquele
domingo à tarde, depois da matinê do Cine Bomfim, Johnny seguiu para a Praça
Ruy Barbosa na companhia de Tõe Porcino, Mipai, Mamãe eu Quero, Nêgo, Géo e Pé
de Pata, os quais comentavam as aventuras do cowboy Tom Mix, no famoso seriado.
Os garotos tinham assistido mais dois episódios, os quais terminavam deixando,
o mocinho sempre em perigo, obrigando a garotada voltar na próxima semana, para
verificar como o herói se safava daquela situação. Mamãe eu Quero era o amais
animado e dizia freneticamente:
-
Vocês viram que “volta na próxima” porreta?
Quando
os episódios dos seriados terminavam, deixando alguém ameaçado de perigo,
apareciam na tela, as frases em letras enormes, dizendo: “Conseguirá o mocinho
escapar do pendente perigo?”... “Volte na próxima semana, para verificar e
assista mais um episódio desse brilhante seriado!” Com o tempo a frase “volta
na próxima” acabou tomando uma conotação de um substantivo, no linguajar da
garotada.
- É
devera!... Como será que ele vai escapar daquele lance? – Perguntou Géo, na
mesma agitação do companheiro.
Mipai
começou mangar dos garotos dizendo:
- Da
mesma maneira de toda a semana, seus otários. O artista sempre escapa do
perigo! Vocês já viram algum artista morrer em um seriado? Quem se dá mal é o
bandido.
- É
verdade! Por isso mesmo que os seriados são tão espetaculares! – Disse Johnny
concordando com o amigo e, ao mesmo tempo, participando da alegria de seus
companheiros. Os garotos adoravam seriados. Muitas vezes, essa irresistível
atração era trapaceada pelos donos dos cinemas, os quais colocavam no programa
principal filmes medíocres, muitos deles, melodramas hispânicos, visando atrair
um número maior de meninas, em suas matinês.
O
relógio da matriz anunciava às quatro horas e trinta minutos de uma tarde
brejeira, com um deleitoso sol de primavera, onde as pessoas sentavam-se,
preguiçosamente, nos bancos do jardim, à procura de algum companheiro, para por
em dia as novidades da semana. O assunto principal era o final das eleições,
que foram disputadíssimas e suscitavam, às vezes, querelas desagradáveis em
alguns constituintes, os quais, avessos ao sufrágio universal, professavam
opiniões adversas ao senso comum, insatisfeitos com o resultado das urnas.
Chegando ao jardim, os garotos se acomodaram em um dos bancos em frente à pista
de patins, na espera da abertura daquela diversão, tão disputado pela meninada
jequieense, a qual era desprovida de melhores áreas recreativas em sua cidade.
Mamãe eu Quero foi brincar no parque infantil, junto de crianças que, como ele,
eram menores de dez anos. Johnny ficou algum tempo na companhia de seus amigos
até a abertura da pista. Nesse momento, chegam Edgar e Neide na companhia de
Norma, convidando os garotos para as tertúlias da casa paroquial. Nêgo foi o
primeiro a se manifestar:
- Quem
gosta desse tipo de programa é Johnny. Leve ele com vocês!
Norma
pegou a mão do garoto e trouxe a si dizendo:
-
Claro!... Ele tem bom gosto!
Nego
deu de ombros, ignorando a opinião da garota. Johnny desdenhava a rabugice do
amigo, que via nas tertúlias, uma continuação dos programas escolares.
Aproveitou a ocasião e disse para ele, uma frase que ouviu de sua mãe:
-
“Arte é uma questão de gosto. Contudo, gosto uma questão de cultura”!
Querendo
revelar à sua turma, uma alegria contida em seu coração, Pé de Pata aproveitou
a oportunidade e disse para os seus amigos:
-
Desta vez eu vou acompanhar Johnny e Edgar com as meninas!
Toda a
turma olhou para o garoto, sem acreditar no que ouvia. Pé de Pata sorrindo,
ante o espanto dos amigos, explicou para todos com satisfação:
- Eu
arranjei uma namorada e marquei encontro com ela na casa paroquial!
Géo,
querendo caçoar do companheiro, perguntou com chacotas:
- Quem
foi a doida que teve coragem de namorar você?
-
Quem?!... Simplesmente a menina mais bonita da Rua Siqueira Campos! – Disse o
garoto com a satisfação estampada em seu rosto.
Mipai
sorria diante da bazofia do amigo e pergunta com desdém:
- Ah
é?!... Quem você pensa que é a menina mais bonita da Siqueira Campos?
-
Gina, prima de Bill Elliott! – Responde Pé de Pata, cheio de orgulho.
Todos
os garotos caíram na gargalhada, diante da afirmação do menino. Nêgo,
despeitado diante daquela presunção, diz para os companheiros, sem a menor
consideração pelo amigo:
-
Vocês acham que uma princesa como Gina, vai dar bola a um pé rapado que nem Pé
de Pata?!
-
Claro que sim! Ele está namorando a menina, e com o apoio de Bill! - Bradou
Johnny com indignação, para depois acrescentar:
- Eu
mesmo sou testemunha disso! Edgar e Neide também!
Norma
ouvia tudo aquilo sem dizer nada. Porém ao constatar o descaso daqueles
garotos, uns para com os outros; numa turma que se dizia amigos, declarou:
- Eu
pensei que era só Orlando, o despeitado da turma de vocês! Vejo com decepção,
que existem outros.
Tõe
Porcino veio em socorro dos companheiros, dizendo:
- Ah
Norma! Não se preocupe com isso! A gozação é uma característica da nossa turma.
Nós zombamos uns dos outros e até de nós mesmos! É apenas uma molequeira nossa!
Mas somos amigos e todos unidos,
- Isso
é verdade! Os únicos que não participam de gozações, são Johnny e Edgar! –
Concluiu Mipai para a garota
Edgar
reforçou a defesa de Porcino, dizendo:
Isso é
verdade! Entretanto, com relação a Orlando o caso é diferente, pois o sujeito
era um sacana mesmo. Ainda bem que ele foi embora. A gente ainda não esqueceu a
sacanagem que ele fez com Johnny!
- Isso
é verdade! Berenice e Eva Marli já estão sabendo disso! – Concluiu Neide.
Os
garotos ficaram envergonhados diante da insinuação da menina e pediram
desculpas a Pé de Pata pelo descaso à sua pessoa. O garoto aceitou as
justificativas dos amigos alegando que, ele mesmo, costumava caçoar de todos.
Em seguida se despediu deles e seguiu para a casa paroquial, acompanhados de
Johnny, Norma, Edgar e Neide. Ao passar pelo Prédio Castro Alves, Norma
dirigiu-se para Johnny e disse para o garoto:
-
Johnny, eu acho melhor você vir comigo, pois preciso conversar consigo!
Norma
pediu licença aos amigos e convidou Johnny para sentar em uma das escadarias do
prédio. Edgar, Neide e Pé de Pata seguiram adiante, deixando a garota com o seu
amigo. Johnny estava um pouco curioso, com todo aquele mistério. Norma afagou
as suas mãos e lhe disse olhando em seus olhos:
- Eu
tenho uma noticia para lhe dar e temo que isso vá lhe deixar muito triste!
O
garoto ficou apreensivo, prevendo alguma coisa desagradável em relação à
Berenice. Mesmo assim tentou ficar calmo e ouviu com atenção as palavras da
garota:
-
Berenice vai viajar amanhã cedo!
- Mas
agora?!... E as aulas?... Estamos no último mês escolar! – Perguntou o garoto
surpreso com aquela revelação.
Norma
explicou com detalhes a situação:
- Isso
já foi decidido com o Ginásio. Berenice não vai simplesmente viajar! Você está
compreendendo?! Ela está indo embora de Jequié, para estudar em um colégio para
moças em Londres. Um colégio caro, de gente bacana, o qual é frequentado pelas
garotas aristocráticas da Inglaterra. Isso é um antigo desejo de sua mãe, o qual
Berenice sempre repudiou. Ela nunca quis sair de Jequié e sempre teve apoio do
pai nesse sentido. Contudo, acredito que a decepção sentida em relação aos
últimos acontecimentos, ajudou a menina nessa decisão!
Johnny
ficou sem palavras ao ouvir aquela notícia. Baixou os olhos e duas lágrimas
rolaram em sua face. Norma alisou os seus cabelos e disse condolente:
- Mas
ela não ficará fora por muito tempo. Em dois anos ou três, talvez quatro, no
máximo, ela voltará!
O
garoto ficou calado, analisando a situação. Lembrou que o seu primo deveria
estar sofrendo naquele momento. Preocupado com isso, perguntou à garota:
- E
Luís Augusto?... O que ele acha de tudo isso? – Perguntou Johnny, curioso com a
reação do garoto.
Norma
acariciou, novamente, as mãos de Johnny, dizendo com ternura:
-
Berenice é apaixonada por você! Luís Augusto nunca significou nada para ela, a
não ser um bom amigo. Inclusive ele apoiou a decisão da menina e a congratulou
pela sua sorte, assim como fizeram o resto da turma. Ele também está indo embora
de Jequié, pois o pai vai trabalhar na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.
- Eu
já sabia disso! – Disse Johnny com tristeza.
Norma
alertou Johnny da situação que vitimou o seu rompimento com Berenice, afirmando
que todo mundo já estava sabendo de toda a verdade, e disse para o garoto:
- Foi
Eva Marli quem me fez ciente de todo o acontecimento que motivou o rompimento
de vocês. Vera Olivia é uma ótima garota. Foi envolvida numa armação articulada
pelas amigas e, com sentimento de culpa pelo que aconteceu a você, exigiu que
Neuza revelasse a participação dela e a de Orlando na trama. O plano era
separar você de Berenice! Eles convenceram a menina a lhe beijar, dizendo que o
namoro entre você e Berenice não era uma coisa séria, Inclusive que Berenice
pretendia terminar com você, pois os pais dela, jamais permitiriam a união de
sua filha com um pobretão como você!
- Eu
já sabia da participação de Orlando. - Disse Johnny, com a voz embargada pela
tristeza. Norma aconselhou o garoto, dizendo:
Berenice
vai se despedir de sua plateia hoje à tarde. Logo mais irá encontrar com a
turma na confeitaria. Quando ela for para casa, aconselho a você se despedir
dela. Tenho certeza que ela ficará muito feliz com isso!
- Não
sei se ela irá me perdoar. Mas eu vou vê-la pela última vez nas tertúlias, do
último lugar da fila – Disse Johnny, vendo nisso uma forma de despedida. Norma
abraçou o garoto e despediu-se dele, seguindo sozinha para a casa paroquial.
Johnny
ficou sentado nas escadarias do Prédio Castro Alves e, por alguns segundos,
chorou bastante com a triste notícia. Não esperava perder o seu amor para
sempre. Enquanto ela estivesse por perto, haveria esperanças. Agora com a sua
partida, ele via ruir todo um mundo de sonhos. O relógio da matriz anunciava às
dezessete horas e quarenta e cinco minutos, quando Johnny seguiu para ver o
show dos valores da terra. Ele sabia que no início, seriam as sofríveis
apresentações da criançada, para os deleites de seus progenitores. Chegou
discretamente e olhou por uma das janelas e viu Berenice na companhia de seus
amigos. A garota esperava a sua vez de se apresentar na plateia, sentada em
frente ao palco, onde a turma costumava se acomodar nas apresentações das
tardes de domingo. O garoto ficou solitário no pátio do teatro, esperando a vez
da apresentação de Berenice. A Casa Paroquial da Igreja de Santo Antônio,
Padroeiro de Jequié, foi edificada no início da colina, conhecida com Morro do
Cruzeiro. Está situada numa esquina, cuja frente dava para a parte mais alta da
Rua Nestor Ribeiro e a lateral para a rua, onde morava Eduardo. O seu pátio
oferecia uma bela vista panorâmica para a parte leste e norte da cidade.
Enquanto esperava a vez da garota se apresentar, Johnny ficou observando o
maravilhoso vitral colorido atrás da igreja matriz e o fundo do gigantesco Cine
Teatro
Jequié. Ficou absorto vendo a meninada escalar aquela parte do cinema, para
atingir as janelas onde ficava a sala de projetores, em busca das sobras dos
fotogramas das películas, que o operador jogava fora. Enquanto isso, outros
meninos vasculhavam o chão, na procura daquelas preciosidades. A tarde ia
chegando ao seu final, com uma belíssima lua surgindo por entre as montanhas,
aumentando a melancolia no coração do garoto. Os primeiros fiéis apareciam para
a missa das dezoito horas, sendo acompanhados pelos seus familiares, muitos dos
quais permaneciam em seus pátios, em alegres conversas. Nesse momento foi
anunciado o nome de Berenice e Johnny entrou no auditório, no mesmo instante
que a garota ia executar a sua canção, acompanhada ao piano pela divina Celina
Lopes. Johnny postou-se de pé, por alguns segundos, encantado com o que via.
Berenice notou Johnny ao longe, ficando inerte por alguns segundos, obrigando
Celina a uma nova introdução, para a canção que ela ia executar. Inspirada
naquele momento, a garota cantou “Lábios Que eu Beijei”, um sucesso na voz de
Orlando Silva, olhando diretamente para aquele garoto no fundo da sala,
demostrando um profundo sentimento naquele momento.
Ao
finalizar a sua apresentação, Berenice foi ovacionada com delírio por uma
plateia, que a idolatrava. A menina começou suas apresentações nas tardes de
domingo, aos seis anos de idade e, dali em diante, conquistou a admiração de
toda a sociedade jequiéense. Naquele momento, o seu público cativo, despedia-se
dela com grande comoção, sabendo que a menina, estava de partida para a Europa.
Johnny aproveitou a oportunidade em que todos estavam em pé, aplaudindo a
garota e tratou de desaparecer dali, pois estava sofrendo demais, para
participar daquele ambiente de confraternização. Após a finalização daquele
espetáculo, Berenice verificou que Johnny tinha ido embora. Ficou entristecida
com a atitude do garoto; contudo, compreendeu o seu gesto, pois tinha
conhecimento da sua timidez. Com o término da tertúlia, Berenice e seus amigos
foram comemorar a sua despedida na confeitaria. Estavam presentes todos os seus
amigos. Luís Augusto se perdia em amabilidades, prometendo, se possível,
visita-la em Londres. Bill Elliott e Eva Marli, juntos a Eduardo e Luísa teciam
louvores à menina, lhe aconselhando a tirar o melhor proveito, daquela
oportunidade. Somente Neide e Edgar permaneciam quietos, percebendo a angustia
em que pedecia Berenice, a qual não se comprazia com toda aquela alegria. A garota
sorria discretamente, enquanto seus olhos percorriam todo o jardim, na
esperança de encontrar Johnny sentado em um de seus bancos. Só recentemente
ficou sabendo de toda a verdade. Orlando havia mentido para ela, dizendo que
Johnny era apaixonado pela outra menina. Tinha consciência que fora ríspida
demais com o garoto e que o ignorou constantemente nesses últimos meses. Queria
se redimir de tudo aquilo, antes de partir e pedir perdão a Johnny pelo seu
ciúme. Estava arrependida de sua decisão de ir embora de sua querida cidade e
ficar longe do seu querido amor.
Enquanto
a turma continuava na comemoração, Johnny foi para seu canto no jardim,
permanecendo camuflado pelos arbustos, que o protegiam de
ser
visto pelo pessoal da confeitaria. Sabia por Norma, que Berenice ia pegar o
trem pela madrugada e viajar até Nazaré, e de lá pegar um vapor para Salvador.
Queria ficar perto do seu amor, o maior tempo que pudesse. Enquanto o garoto
estava sozinho, suas lágrimas rolavam repetidamente. Eram oito horas da noite quando
Berenice se despediu de seus amigos indo para sua casa. Luís, Bill Elliott e
Eva Marli acompanharam a garota até a sua residência, enquanto Johnny os
seguia, discretamente. Edgar acompanhou Neide até a sua residência, encontrando
Pé de Pata e sua nova namorada, na entrada da avenida, seguindo juntos até a
entrada da Rua Maracás.
Eva
Marli entrou em casa com Berenice. A garota ia ficar com a amiga até o momento
de sua partida. Pretendia permanecer em sua companhia até a madrugada, na hora
do embarque no trem. Johnny esperou Luís e Bill se despedirem das meninas e
irem embora. A seguir, o garoto ficou prostrado embaixo de uma frondosa árvore,
em frente da residência de Berenice, indeciso se ia despedir-se da menina ou
não. De repente começou a chover. Era uma chuva típica de primavera, anunciando
um precoce verão. No começo era fraca e parecia que fosse passageira;
entretanto, ficou mais forte com o passar do tempo e estava durando bastante, a
ponto dos respingos das folhas, encharcadas pela quantidade de água, começassem
a enxovalhar o garoto. Eram quase dez horas da noite e a temperatura desceu um
pouco. Eva Marli, olhando pela janela, divisou o garoto debaixo da árvore. A
menina, surpresa com a novidade, chamou à amiga, dizendo:
-
Berenice venha ver!... Parece que é o Johnny embaixo daquela árvore!
A
garota correu para verificar, e exclamou com alegria:
- É
ele mesmo! O meu amor veio me ver! – Imediatamente a menina pegou uma sombrinha
e veio ao encontro de Johnny, que no momento estava todo molhado, tremendo de
aflição e frio. Os dois ficaram, momentaneamente, olhando um para o outro sem
dizer nada. De repente Johnny abraçou Berenice e um prolongado beijo aconteceu
entre os dois. O garoto chorando, dizia entre soluços:
-
Berenice, meu amor!... Eu te amo tanto, que esse amor dói na minha alma!
- Eu
também Johnny!... Eu também te amo muito! Fui uma tola acreditando em fofocas
de pessoas, que só merecem desprezo.
Johnny
abraçou novamente a garota, exclamando:
- Oh
Deus!... É a minha menininha que está comigo!... Minha menininha está comigo,
novamente!
- Sim
meu querido, eu sou sua!... Unicamente sua! – Disse Berenice entre lágrimas.
Nesse
momento Eva Marli apareceu na porta. Percebendo o aumento daquela precipitação,
ela alertou os dois namorados, dizendo:
- Acho
melhor vocês saírem da rua, pois a chuva está aumentando!
Berenice
conduziu Johnny para dentro de casa, protegendo o garoto da chuva, com a sua
sombrinha. Os jovens, unidos pela paixão, continuavam
abraçados
dentro de casa. Naquele momento os pais de Berenice já tinham se recolhido. A
menina pegou uma toalha e começou enxugar o garoto, molhado pela chuva. A
arrumadeira da casa pediu o menino que tirasse a sua camisa, para ela enxugar
em um ferro de passar roupa. Johnny permaneceu embrulhado na toalha, enquanto
isso acontecia. Berenice continuava acariciando o seu amor, pedindo perdão pelo
seu comportamento. Eva Marli também se desculpou, alegando que foi envolvida
pelas circunstancias.
Depois
de algum tempo, entre beijos e abraços, Berenice explicou sua viajem para a
Inglaterra e prometeu a Johnny, que ficaria por pouco tempo naquele país.
Afagou as mãos do garoto, dizendo:
- Eu
prometo lhe escrever todas as semanas, meu querido!
- Eu
também Baby!... Eu também!
Eva
Marli assegurou, emocionada:
- Eu
tenho certeza que Dona Norma não vai aguentar, nem um ano, sem sua preciosa
filha.
- E
Seu George também! – Disse a arrumadeira, que no momento chegava com a camisa
enxuta. Os dois namorados ficaram algum tempo, relembrando os dias felizes, que
tiveram um na companhia do outro. Johnny notou que estava ficando tarde e
Berenice mandou chamar o velho Xavier, para levar o garoto até a sua casa.
Johnny abraçou novamente a sua amada e cobrindo-a de beijos, disse emocionado:
-
Berenice, eu prefiro me despedir de você aqui e agora! Vá com Deus meu amor, e
que os anjos lhe protejam e a conservem sempre minha!
-
Serei sempre sua, meu querido!... Sempre, sempre!... Muito sempre!
Os dois namorados se abraçaram e se beijaram pela última vez. Em seguida, o velho Xavier conduziu Johnny até a sua casa, deixando Berenice em prantos, sendo consolada por Eva Marli, sua fiel amiga. Johnny estava feliz, agradecendo aos anjos pelas pazes feitas com o seu amor. Chegando a sua casa, o garoto foi dormir tranquilo, com muitas esperanças no futuro.
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