domingo, 13 de dezembro de 2020

A CRÔNICA DA CIDADE: NÃO É JUSTO O PODER PÚBLICO SE LIVRAR DE SUAS DESPESAS E JOGAR NAS COSTAS DA POPULAÇÃO

 Souza Andrade














O 2021 vai começar com gosto de fel para o contribuinte. Como se não bastasse a grave crise econômica que quebra ou dificulta o funcionamento de empresas, desemprega milhões, provoca arrocho salarial a população é obrigada a conviver com a falta de sensibilidade de governantes que, na ânsia de tentar arrecadar mais e mais, planejam aumentar ou implantar impostos, taxas e contribuições. Não é justo prefeituras se livrarem de gastos e jogarem verdadeiros fardos pesados nas costas da população. Impostos, taxas e contribuições têm forte impacto negativo, ainda mais em tempos de crise como agora.

A sociedade rejeita qualquer aumento de impostos ou criação de novos custos, independente da situação de crise que ora assola o País. Não é justo. O povo não suporta financiar serviços públicos sem ter o resultado esperado. Os governantes precisam entender que estas soluções devem ser evitadas, pois existem alternativas. Ainda que previsto na Constituição, a criação de tributos – impostos, taxas e contribuições de melhoria – a União, os Estados e os Municípios Brasileiros não podem, em especial nesse momento de aperto, promover nenhum movimento no sentido de “penalizar” o povo.        

Não é compreensível aceitar cobrança de taxa extra na conta de luz, aumento de, seja lá o que for, para não comprometer o já limitado orçamento familiar das pessoas. Sejamos sensatos. Correto é trabalhar para melhorar ou, ao menos, manter a condição econômica da população para que todos possam ter suas necessidades básicas atendidas, sem representar nenhum sacrifício a mais. Os governos têm a obrigação de fornecer saúde, educação, segurança à sociedade. Ressaltando que nada é gratuito. Pelo contrário, esses serviços são mantidos pelos impostos que pagamos. 

Frisamos, é duro contribuir tanto e observar esse dinheiro todo (fruto de impostos) não garantir serviços básicos de qualidade. O País arrecada cada vez mais, inclusive com taxas extras, como o pagamento de pedágio para ter estradas e o que temos? Quais as condições de nossas estradas? Este é apenas um exemplo.

A população exige serviços públicos de qualidade, desde o funcionamento do posto médico, da iluminação, da manutenção das ruas e limpeza da cidade, sem a elevação da carga tributária que, a rigor, representa um enorme obstáculo ao desenvolvimento da economia nacional e tem empobrecido a população.

O que os governos precisam ter, isso sim, é imaginação, criatividade para reduzir as desigualdades sociais, implantar programas de incentivo ao empreendedorismo, atrativos de investimentos, geração de empregos. Nada de ações que possam representar algum tipo de peso a mais no bolso do contribuinte que já sofre toda sorte de mazela, consequência de gestões públicas malsucedidas, que nunca se comprometeram em cortar os gastos desnecessários, nem combater a sonegação de impostos. Governo bom é governo justo! 

É possível tornar a gestão pública mais eficiente, buscando manter a estrutura administrativa menos onerosa. Nada de novas ou mais taxas e contribuições. O povo precisa ficar atento, de olhos arregalados, porque a implantação de uma taxa hoje pode representar a abertura da ‘porteira’ para cobranças de outras taxas. Ainda tem isso! 

Governantes, poupem o cidadão, que é obrigado, a cada ano, trabalhar mais horas para pagar seus impostos, novas taxas e contribuições. Não é reto o poder público se livrar de suas despesas e jogar nas costas da população. (Souza Andrade – jornalista e radialista – em 13 de dezembro de 2020).

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