Tentei por várias vezes melhorar esta matéria, porém Dilermando não atendeu meu pedido, mesmo ameaçando o nosso atacante de dar umas palmadas no seu traseiro. Entretanto, fica através desta matéria minha homenagem sincera, ao hoje meu amado amigo e ao grande jogador que deu muita alegrias aos torcedores do Jequié na década de 70.
Em 1966 quando
Negreiros era treinador do Bahia lá apareceu no campo do Bahia um rapaz vindo
do Independente de Ipiaú trazido por Schetinne. Ele deu o primeiro a treino,
foi aprovado. Continuou a treinar e chegou a envergar a camisa do Bahia atuando
em Cruz das Almas contra a seleção local. Nesta época o diretor de futebol era
Paulo Teixeira que por sinal deu muita assistência ao rapaz, pois via nele um
craque. Paulinho mandou que Florisvaldo o lançasse no amador para ele ganhar
cancha. Porém um funcionário do Bahia o aconselhou a “dar no pé”, pois o Bahia
não dava valor a casa e ali ele não iria ter vez. E de repente sem nenhuma
explicação o rapaz sumiu. Quatro anos depois no Estádio Valdomiro Borges
jogavam Bahia e Jequié. Tanajura recebe passa por Zé Oto e dá um leve toque
para trás. O rapaz vem na carreira e enche o pé. A rede estufa, a torcida vibra
e os locutores vibram, Gôôôl!!! DILERMANDO camisa n. 10.
NÃO TEM MÁGUAS
Mas Dilermando não tem
mágoas do Bahia pelo contrário, ele deixou aqui grandes amigos como é o caso do
Paulo Teixeira. Pra vocês terem uma ideia de como ele não de aborrece com isso
basta dizer que em 69 ele veio treinar no Vitória quando Pinguela era o
técnico. Lá segundo o técnico do decano não lhe deu vez apesar dos apelos de
Nadinho que o já conhecia da FUBE.
“– É, não me aborreço
com essas coisas. Sempre soube fazer grandes amizades, inclusive no Bahia tinha
o apelido de Roberto Carlos devido à cabeleira que tinha, e até hoje eles
brincam comigo”.
MAIOR GOL DA MINHA VIDA
Todo jogador
principalmente o atacante apesar de já ter marcado vários tentos, sempre tem
aquele da sua preferencia que fica gravado na sua memória. O de Dilermando foi
em Ipiaú.
“Eu jogava no
Independente, e o jogo final do Campeonato, uma espécie de clássico era
Independente X Ipiaú. O primeiro tempo acabou empatado em 1X1. No segundo tempo
Tanajura que jogava também no Independente desceu pela esquerda e chutou forte,
eu subi para matar a bola no peito e chutar, porém ela colou e eu com um leve
toque para a esquerda desloquei toda a defesa e coloquei no outro canto. Poxa
foi mesmo um golaço. No fim nos fomos carregados e eu ganhei um jogo de
camisas, presentes as pampas e muitas felicitações. Por sinal o jogo de camisas
eu mandei para meu pai em Paramirim e ele fundou um time e com o nome de
Independente”.
DECEPÇÃO E EMOÇÃO
A grande emoção de
Dilermando foi quando ele se mandou para Jequié perdendo uma semana de aulas a
fim de treinar. O técnico da seleção era Pepeu antigo jogador do Bahia, e na
hora do jogo Pepeu não o escalou. No segundo jogo Pepeu continuou na sua de não
o escalar e no segundo tempo a torcida inteira começou a gritar seu nome.
Dilermando entrou, acabou o jogo e Pepeu foi dispensado. A grande alegre a de
Dilermando foi recentemente entre Cachoeira e Jequié na Graça. Quando acabou o
primeiro tampo Cachoeira estava ganhando de 2X0. No final do segundo tempo era
3X2 para o Jequié com 3 gols de Dilermando.
MINHA FAMÍLIA VIBRA
A família de Dilermando
acompanhava atentos a todos jogos que ele faz. Todos torcem pelo seu sucesso.
Pra vocês verem uma ideia no jogo Galícia e Jequié no Campo da Graça a avó do
Dilermando que tem 70 anos veio de Paramirim para vê-lo jogar, Ela foi ao Campo
da Graça e toda hora que ele caía numa jogada dura ela começava a rezar e
queria se levantar e ir lá atendê-lo. Já seu avô guarda todos recortes de
jornal que leva seu nome, e vive com o bolso do paletó cheio deles.
MUITO SARRAFO
A posição de atacante e
ponta de lança é uma posição ingrata. Os homens de defesas não brincam em
serviço e baixam o sarrafo. E Dilermando não corre do pau:
“– Não tenho medo de
cara feia. Pra você ter uma ideia vou citar 2 casos. O primeiro foi no jogo
Galícia e Jequié. Meu time ganhou um corner e eu como cabeceio melhor da
esquerda para direita, peguei a bola que por certo teria que ser batida por
Caculé, que era o ponta direita e dei par o Pinta. Nelinho partiu de lá como
uma fera e disse para mim:” Olhe aqui garoto você está começando agora e não se
meta a catimbeiro que eu lhe quebro fora da área”. Eu disse pra ele que poderia
quebrar. Outro caso foi no jogo da Seleção de Jequié e Maragogipe dentro de
Maragogipe. Eu entrei em campo com o tornozelo inchado e durante o jogo só via nêgo
gritar “Pega o tornozelo dele, quebra o tornozelo dele”“.
E você não fica com
medo?
“Eu não. Quando eu
comecei a jogar era meia-armador, porém era um pouco medroso. Passei a jogar de
defesa e comecei a dar pau e daí em diante nunca mais tive medo de dividir
bola. Mas sabe de uma coisa, mas ultimamente quem vem pagando o pato é o João
(Tanajura) que é o mais visado)”.
QUEM É DILERMANDO
Dilermando Martins
Neves nasceu em 1946 em Paramirim – BA, filho de Edmundo Alkmin Neves e
Dulcinea Leão Martins Neves, está cursando o terceiro ano de Medicina na
Católica. Começou jogando no Tupi de Paramirim com 11 anos ao lado de Tanajura.
Depois Jogou no América de Paramirim e no Estrela de Caetité. Foi passear com
seu time em Ipiaú e acabou jogando no Independente. Nesta época Gagé jogava por
lá. Eles pediram a Dilermando um artilheiro e ele indicou o nome de Tanajura
que veio assim para Ipiaú. Depois eles foram para o Flamengo de Jequié e depois
para a seleção e agora são os mais badalados deste campeonato. Está explicado a
tabelinha.
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