quinta-feira, 26 de março de 2020

REVISTA COTOXÓ


Waldemir Vidal, o Comentarista Esportivo.

                                                                                     Charles Meira
Waldemir Vidal, comentando para a Rádio Cidade Sol 95 FM no Estádio Waldomiro Borges.

Em algumas matérias que Charles Meira realizou sobre o futebol amador e profissional de Jequié, estava sempre acompanhado do seu grande amigo Waldemir Vidal, devido o seu vasto conhecimento e fácil acesso as pessoas que seriam entrevistadas. Depois de várias dessas matérias concluídas e publicadas no seu blog, Vidal questionou brincando e bastante sorridente a Meira, que todos eram entrevistados, contudo ele que tinha muito conhecimento do assunto, nunca havia sido lembrado. Sorrindo também, imediatamente Charles tentou marcar o dia de entrevistá-lo. Somente na manhã de 29/11/2018, após insistentes convites, aconteceu a entrevista merecida e desejada no Museu Histórico de Jequié.
Waldemir Vidal Santos nasceu na cidade de Jequié – BA em 23/11/1955. Filho de Walter Joviniano dos Santos e Idália Moura Vidal, que tiveram dez filhos. É divorciado, e tem uma filha que se chama Helena Diva Martins Santos. 
O menino nasceu com Lábio Leporino, diagnosticado pelo Cirurgião Dentista Dr. Milton Coutinho Muniz, casado com Helena Diva Pinto Muniz e tiveram cinco filhos. O médico atendia no Posto Odontológico Antônio de Pádua, que foi fundado por ele em 1950 e reconhecido como o primeiro da América Latina. Na época, o profissional foi premiado com a medalha de honra ao mérito na Rádio Nacional do Rio de Janeiro – RJ, pela realização de cirurgias gratuitas naquele local. De acordo decisão médica, o menino ficou na casa do profissional durante alguns meses e operado depois de completar um ano de idade. Em seguida, depois de recuperado e ser batizado pelo médico e sua filha Helena Diva Muniz, foi levado para a casa dos pais. No momento da despedida, Vidal grudou no pescoço do médico e não soltou. Sensibilizado, Muniz retornou com o menino para a sua casa, localizada na Rua Silva Jardim, 78 no centro da cidade, prometendo quando Vidal crescesse mais o levaria novamente. Durante um período da sua infância, Walter o pai de Waldemir, ia buscá-lo de bicicleta para passar os finais de semana, feriados, Semana Santa e Dia dos Pais no aconchego dos familiares.O nosso Comentarista Esportivo, que nunca foi influenciado para torcer por nenhum time de futebol, contou que em 1964, aconteceu no Posto Odontológico Antônio de Pádua um congresso de Odontologia. Doutora Lurdes, uma dos vários profissionais que vieram de Salvador, durante o evento, presenteou Waldemir com uma caixa com dois times de futebol de botões, que tinham escudos do Vasco da Gama, o escolhido dele e do Fluminense. O premio foi dado, porque o menino que tinha dez anos de idade na ocasião era muito quieto, obediente e deixou a doutora colocar na sua arcaria dentária a massa de modelar. Para seu irmão deu um pião, brinquedo, que rodava no chão quando acionado e o outro time de Futebol de Botão com o escudo do Fluminense, itens comprados no Armarinho São Paulo, firma de Juca Borges. Este fato acontecido, foi determinante para Waldemir Vidal escolher e passar a torcer pelo Clube de Regatas Vasco da Gama.
Com cinco anos de idade, começou estudar o ABC também no Posto Odontológico Antônio de Pádua, onde tinha uma escola particular. A primeira professora foi Maria Lúcia Mariniello, esposa de Raimundo Meira Magalhães e a segunda foi Maria das Graças Ferreira. Depois estudou o curso Maternal na Escola da Maçonaria. Posteriormente, foi estudar no Grupo Escolar Castro Alves, onde fez todo o curso Primário. A seguir, fez o curso Ginasial no Centro de Educação Técnica de Jequié (CETEJE) em 1971. No Instituto de Educação Régis Pacheco (IERP) em 1974, iniciou o curso de Magistério, onde se formou no ano de 1977 e recebeu o diploma das mãos Dr. Milton de Almeida Rabelo, diretor na ocasião. Vidal também é diplomado em Jornalismo, realizado na Escola Antônio Amaral em Jequié, onde teve o privilégio de ser aluno do Professor Émerson Pinto de Araújo, tomou também cursos de Radialista, Cronista Esportivo, todos administrados em Jequié.
Trabalhou no Jornal Jequié como Tipógrafo de 1971 até 1979, durante o período de um ano sem remuneração, apenas recebia uma gratificação dada por Eusínio Bomfim. Nesta temporada, Waldemir foi orientado por Wilson Novais, Eunísio Bomfim, Raimundo Meira, Eutímio Almeida, Luiz Cotrim e Adauto Cidreira. A seguir, fez um teste em 01/08/1979 e foi aprovado para trabalhar na Circunscrição Regional de Trânsito (CIRETRAN), onde permaneceu durante 29 anos e neste emprego se aposentou quando completou 38 anos de carteira assinada.
O futebol, principal referencia de Waldemir Vidal, começou quando tinha cinco anos de idade, jogando inicialmente de goleiro por ser gordinho e posteriormente, atacante e meia esquerda, mudanças feitas depois do deslocamento do seu braço, devido um forte chute dado por Betão da Gráfica Sudoeste no campo do Grupo Escolar Castro Alves, local que jogou pela manhã, tarde, noite, de onde sempre a bola caía no grupo e não era devolvida por Dona Amália, censora do estabelecimento de ensino naquele tempo. Vidal brincava também de bola no meio da Rua Silva Jardim, no campo desnivelado do Alto do Cruzeiro, no Sítio Santo Antônio nos finais de semana, espaço que pertenceu a Geraldo Fotografias, sempre acompanhado, observado e incentivado por Dr. Milton, seu pai de criação, sentado em uma cadeira de lona. Em uma sala do Jornal de Jequié, brincava com Wilson Novais Junior, que era zagueiro e batia muito nele, futebol jogado naquele espaço muito pequeno, porém como tinham habilidade, não derrubavam as caixas com os tipos da empresa. Vidal como também a maioria de todos jovens e adolescentes, jogaram bola nos babas existentes no areão do Rio das Contas. O apelido dele na época era Dete Leão, vulgo dado porque este jogador era um dos maiores artilheiro do futebol amador de Jequié. Sorrindo, ainda contou para Charles Meira, que naquele tempo, jogava narrando o que estava acontecendo durante a partida.
Era namorador e teve vários relacionamentos. Em 1994, depois da sua primeira separação, Vidal passou a gostar e ir a festas, shows, clubes, boates e barzinhos. Mesmo não sabendo tocar nenhum instrumento musical, gosta de música e aprecia os cantores: Frank Sinatra, Jone Mattis, Julio Iglesias, Roberto Carlos, seu ponto de referencia, Wanderley Cardoso, que cantava a canção gravada pelo cantor chamada “O Bom Rapaz”, Maria Betânia e Ivete Sangalo.  
É apaixonado por cinema e tem preferência pelos filmes românticos, de aventura, desenho animado, ficção científica, películas que assistiu frequentando o Cine Bomfim, Jequié, Auditórium e Guarany em Jequié. Cine Tupy e Cine Guarany em Salvador.

Waldemir Vidal, comentarista do programa "Falando de Esportes"
na Rádio Cidade Sol 95 FM.
No ano de 1991, foi convidado por Ari Moura para comentar o jogo final entre os times da mocidade de Manoel Vitorino e o da Associação Desportiva Jequié para a Rádio Bahiana AM de Jequié. A partir desta data, passou a ser também Comentarista Esportivo, ocupação desempenhada na Rádio 93 FM, Cidade Sol 95 FM (Programa Falando de Esportes), fazendo parte da equipe “Bola de Ouro”, criada na mesma emissora na década de 90 por Inaldo Sardinha, Wilson Novais e Tony Silva, na 104,9 FM em Jequié. Além, disso, comentou jogos para as rádios nas cidades de Ubatã, Ibirataia, Poções, Educadora AM de Jaguaquara, Rádio Sociedade da Bahia AM de Salvador e Hortolândia em São Paulo - SP. Waldemir em 2003 foi convidado ainda para comentar para a Rádio Globo AM do Rio de Janeiro - RJ, porém não aceitou, porque trabalhava no CIRETRAN em Jequié.
Waldemir Vidal, que mesmo aposentado continua colaborando com o esporte Jequieense, disse no encerramento da entrevista, que o futebol amador do passado, não pode ser comparado com o de hoje. Ressaltou que nele houve um significativo declínio e consequentemente no futebol profissional. Com conhecimento de causa, Vidal afirmou que futebol amador forte, profissional igualmente será potente. Que anteriormente com apenas o Estádio Aníbal Brito, o futebol amador de Jequié era forte. Hoje a cidade tem várias praças esportivas, proporcionando excelentes condições para realizar diversos campeonatos, contudo existe muita desorganização, inviabilizando a realização deles com sucesso. Do outro lado, a iniciativa privada não confia nos dirigentes e infelizmente deixa de investir no profissionalismo, fragilizando bastante a Associação Desportiva Jequié, time que representa a nossa cidade no Campeonato Baiano de Futebol, a maior alegria e paixão dos Jequieenses.

(Matéria editada na REVISTA COTOXÓ de Março de 2010)

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