segunda-feira, 16 de março de 2020

Os Italianos em Jequié


 Carlos Éden Meira

Não sou pesquisador nem professor de História, entretanto, como jornalista, tive acesso a informações sobre a história de Jequié através do meu pai, jornalista Henrique Meira Magalhães, e muitos outros como Adauto Cidreira, Wilson Novais e Euzinio Soares. Porém, não restam dúvidas de que as mais completas e detalhadas informações sobre a História do nosso Município me vieram através dos livros “História de Jequié” e “Capítulos da História de Jequié”, do nosso ilustre Professor Emerson Pinto de Araújo. Há alguns anos, o jornalista Raymundo Meira foi incumbido por Benito Grillo, parente do imigrante italiano Vicente Grillo, de guardar objetos, fotos e documentos antigos que pertenceram à família Grillo, surgindo daí o embrião do que é hoje o acervo do Museu Histórico de Jequié. Os imigrantes italianos foram de enorme importância para a formação e desenvolvimento de Jequié, desde o momento em que passou a ser elevada a distrito de Maracás, quando o italiano José Rotondano, em 1882, associado ao seu conterrâneo José Niella fundaram a firma Rotondano & Niella na Praça Luiz Viana, dando assim enorme impulso ao comércio da região. Oriundos da Cidade italiana de Trecchina, muitos outros imigrantes seguindo os passos de Rotondano, vieram para Jequié. E assim, surgiram as famílias, Grillo, Limongi, Marota, Lomanto, Grisi, Schettini, Orrico, Andrea, Pignatari, Maimone, Errico, Bartilotti, Caricchio, Michelli, Liguori, Larocca, Colavolpe, Comte, Leone, Giudice, Ferraro, além de muitos outros, conforme nos conta o professor e historiador Emerson Pinto de Araújo.
Um dos mais ilustres desses imigrantes italianos foi o grande benemérito, Vicente Grillo. Seu amor por Jequié determinou seu potencial de luta pelo desenvolvimento e pelo progresso da Cidade. Para o reconhecimento deste valor, basta citar os inúmeros benefícios por ele prestados, contribuindo inclusive com material de construção e dinheiro. Construção do imponente Edifício Grillo, cedido para funcionar o Ginásio de Jequié, doação do relógio da Igreja Matriz (hoje catedral), doação de terras para construção das seguintes entidades: Estação da Estrada de ferro de Nazaré, do Grupo Escolar Castro Alves (hoje museu histórico), do reservatório para tratamento de águas, do Jequié Tênis Clube, do Hospital Prado Valadares, do aeroporto, além de outros empreendimentos.
Após a enchente de 1914, Vicente Grillo doou terras e contratou técnicos para reconstruir a cidade devastada. Desta forma, ficam aqui minhas lembranças sobre a importância da colônia italiana em Jequié, conforme tomei conhecimento através de pessoas que conheci, e dos livros os quais citei anteriormente. Como jornalista, colaborador por muitos anos na imprensa de Jequié sinto-me no dever de demonstrar que mesmo vindos de outras terras, esses homens aqui citados dedicaram mais amor por Jequié da qual se tornaram “filhos adotivos”, do que alguns dos que aqui nasceram, e que nada fizeram a não ser explorar nossas riquezas naturais em benefício próprio, através de conchavos politiqueiros que ainda hoje, prejudicam o desenvolvimento da cidade.


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