Carlos Éden Meira
Não
sou pesquisador nem professor de História, entretanto, como jornalista, tive
acesso a informações sobre a história de Jequié através do meu pai, jornalista
Henrique Meira Magalhães, e muitos outros como Adauto Cidreira, Wilson Novais e
Euzinio Soares. Porém, não restam dúvidas de que as mais completas e detalhadas
informações sobre a História do nosso Município me vieram através dos livros
“História de Jequié” e “Capítulos da História de Jequié”, do nosso ilustre
Professor Emerson Pinto de Araújo. Há alguns anos, o jornalista Raymundo Meira
foi incumbido por Benito Grillo, parente do imigrante italiano Vicente Grillo,
de guardar objetos, fotos e documentos antigos que pertenceram à família
Grillo, surgindo daí o embrião do que é hoje o acervo do Museu Histórico de
Jequié. Os imigrantes italianos foram de enorme importância para a formação e
desenvolvimento de Jequié, desde o momento em que passou a ser elevada a
distrito de Maracás, quando o italiano José Rotondano, em 1882, associado ao
seu conterrâneo José Niella fundaram a firma Rotondano & Niella na Praça
Luiz Viana, dando assim enorme impulso ao comércio da região. Oriundos da
Cidade italiana de Trecchina, muitos outros imigrantes seguindo os passos de
Rotondano, vieram para Jequié. E assim, surgiram as famílias, Grillo, Limongi,
Marota, Lomanto, Grisi, Schettini, Orrico, Andrea, Pignatari, Maimone, Errico,
Bartilotti, Caricchio, Michelli, Liguori, Larocca, Colavolpe, Comte, Leone,
Giudice, Ferraro, além de muitos outros, conforme nos conta o professor e
historiador Emerson Pinto de Araújo.
Um dos
mais ilustres desses imigrantes italianos foi o grande benemérito, Vicente
Grillo. Seu amor por Jequié determinou seu potencial de luta pelo
desenvolvimento e pelo progresso da Cidade. Para o reconhecimento deste valor,
basta citar os inúmeros benefícios por ele prestados, contribuindo inclusive
com material de construção e dinheiro. Construção do imponente Edifício Grillo,
cedido para funcionar o Ginásio de Jequié, doação do relógio da Igreja Matriz
(hoje catedral), doação de terras para construção das seguintes entidades:
Estação da Estrada de ferro de Nazaré, do Grupo Escolar Castro Alves (hoje
museu histórico), do reservatório para tratamento de águas, do Jequié Tênis
Clube, do Hospital Prado Valadares, do aeroporto, além de outros
empreendimentos.
Após a
enchente de 1914, Vicente Grillo doou terras e contratou técnicos para
reconstruir a cidade devastada. Desta forma, ficam aqui minhas lembranças sobre
a importância da colônia italiana em Jequié, conforme tomei conhecimento
através de pessoas que conheci, e dos livros os quais citei anteriormente. Como
jornalista, colaborador por muitos anos na imprensa de Jequié sinto-me no dever
de demonstrar que mesmo vindos de outras terras, esses homens aqui citados dedicaram
mais amor por Jequié da qual se tornaram “filhos adotivos”, do que alguns dos
que aqui nasceram, e que nada fizeram a não ser explorar nossas riquezas
naturais em benefício próprio, através de conchavos politiqueiros que ainda
hoje, prejudicam o desenvolvimento da cidade.
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