segunda-feira, 9 de março de 2020

Idoso no Transito: quias cuidados tomar e quando é hora de parar de dirigir…

Charles Meira no passeio matinal com sua mãe Maria Letícia.
Os idosos se deslocam com mais frequência a pé, especialmente para acessar o transporte público, o que os torna mais expostos e consequentemente as maiores vítimas fatais como pedestres. De acordo com a Seguradora Líder, que administra o DPVAT, nos últimos cinco anos as ocorrências de acidentes envolvendo idosos tiveram um crescimento de 33%. Embora a quantidade de óbitos seja menor que a quantidade de casos de invalidez permanente, no período analisado os casos de morte cresceram 40%, contra 28% de invalidez. Além de ter que se adaptar a uma nova realidade, pois muitos desses idosos viveram num tempo em que o trânsito era muito mais sossegado, outros fatores contribuem com essa fragilidade apontada pelas estatísticas, como o processo natural do envelhecimento.

O que diz a legislação

Para tirar uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) não existe idade limite, apenas exige-se que, após os 65 anos, a carteira de habilitação seja renovada a cada três anos. O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) regulamenta que 5% das vagas dos estacionamentos públicos e privados têm de ser posicionadas para melhorar a comodidade do idoso. Os veículos estacionados nas vagas reservadas deverão, obrigatoriamente, exibir credencial de estacionamento de idoso sobre o painel do veículo, com a frente voltada para cima. A credencial é gratuita, emitida pela Prefeitura (dependendo do Município) ou no Detran de cada estado. O direito é do idoso e de quem transporta-o, é válida por cinco anos e em todo território nacional.

O que fazer

Algumas das dificuldades enfrentadas pelos idosos estão relacionadas a visão, audição, reflexo, mobilidade e sensibilidade, o que dificulta identificarem, por exemplo, se a distância e a velocidade que um carro está é suficiente ou não para que ele consiga atravessar uma via em segurança ou mesmo realizar uma ultrapassagem. A autoavaliação é muito importante e a família também pode ajudar. Por isso, o ideal é acompanhar o familiar e permanecer alerta para a queda de habilidade na condução e, ao perceber que ele está um pouco desatento, ou quando a famosa “barbeiragem” se torna frequente, é sinal de condução de risco. O questionamento é: consegue se lembrar das rotas que dirige com frequência? A sinalização de trânsito, os sinais de outros motoristas, o barulho de carros e buzinas fazem você se sentir estressado ou confuso enquanto dirige? Sofreu alguma queda recentemente? Nesse momento, a intervenção adequada e o apoio da família são fundamentais para ajudar o idoso a refletir sobre suas restrições e os perigos na condução de um veículo, avaliando se está correndo riscos e colocando outras pessoas em risco também. Nos Estados Unidos, existem campanhas que encorajam as famílias a iniciar um “plano de transporte”, muito parecido com o que fazem para a aposentadoria, por exemplo. Dessa forma, surge um diálogo importante que incentiva a decisão tomada em conjunto, que é saber a hora de parar de dirigir quando a idade avança muito. É compreensível tratar-se de decisão dolorosa, especialmente para aqueles motoristas há mais tempo, habituados a sua autonomia e liberdade, em que pese a sensação de dependência, capaz de atingir a própria autoestima. Além disso, questiona-se também o papel e a responsabilidade dos órgãos públicos em zelar pela segurança e o bem-estar do idoso no trânsito, como calçadas com piso antiderrapante e horizontal com rebaixamento nas esquinas em áreas como escolas, bancos, postos de saúde e paradas de embarque e desembarque de passageiros. Outro problema para as pessoas de pouca mobilidade é o curto tempo dado aos pedestres para atravessarem as ruas com controle semafórico. Por fim, aos Instrutores de Trânsito da 1ª CNH do idoso, conheçam e respeitem todos os limites deste futuro motorista. A paciência com eles é essencial para que possa não só ser aprovado nos exames mas, e principalmente, ser mais um condutor consciente das suas responsabilidades. Lembrem-se sempre que somos como nos movemos.

Dicas para os diferentes atores do trânsito

Como pedestre:
– Procurar transitar em locais menos movimentados e bem sinalizados
– Escolher horários de menor movimento e com a claridade do dia
– Ao caminhar nas calçadas, andar longe do meio-fio
– Tenha atenção com as saídas de garagens, estacionamentos e postos de gasolina
– Usar as passarelas ou passagens subterrâneas
– Sempre que possível atravessar na faixa de pedestres ou onde houver semáforo
– Em ruas sem sinalização, atravessar no meio da quadra e em linha reta
– Só inicie a travessia da rua quando tiver certeza que o motorista parou o veículo
– Opte por usar roupas de cores claras, isso ajuda o motorista a visualizá-lo melhor
– Ver e ser visto é essencial para a segurança no trânsito
Como passageiro:
– Utilizar sempre o cinto de segurança, inclusive no banco de trás
– Ao andar no transporte público, exigir os assentos preferenciais. Viajar sentado diminui os riscos de se machucar em caso de uma freada brusca
– Carregar o mínimo de objetos possível, para que tenha ao menos uma mão livre para se segurar
– Ao descer do ônibus, espere o mesmo partir para realizar a travessia
Como condutor:
– Utilizar sempre o cinto de segurança
– Procurar fazer itinerários que conheça e ter sempre o caminho planejado antes de sair
– Evite dirigir em rodovias e no período noturno
– Dirija sempre do lado direito da pista. Deixe o esquerdo para os “apressadinhos”
– Passear preferencialmente acompanhado ao invés de sozinho. (Ari Moura)
                                        Idoso ao volante. Até quando? (Foto Ilustração).

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