sábado, 21 de dezembro de 2019

PAEZ FOI AO JOGO. ELE FOI VER SEU TIME.



O treinador Raul Alberto Paez, mesmo depois de ser dispensado no meio da semana, pelos cartolinhas Edmundo Portugal e João Guimarães, do Leônico, por não aceitar “intromissão ao meu trabalho”, esteve ontem, à tarde, na Fonte Nova, com a finalidade de “prestigiar os meus jogadores” e acabou vendo o seu ex-time vencer o Botafogo por 2 a 0.
Paez chegou até a esquecer as mágoas. Durante o jogo, por exemplo, vibrou sentado, no segundo lance das arquibancadas, a cada trama do ataque do Leônico, a cada defesa do goleiro Adilson e na marcação dos gols de Dilermando e Gajé.
- Trabalhei toda a semana para ver a equipe jogar bem – do goleiro ao ponta esquerda – e soube aproveitar as falhas adversárias, merecendo até um resultado melhor, um placar maior.
Ninguém entendeu até agora, a sua saída do Leônico. Ele vinha realizando um bom trabalho, com um time modesto e sem estrutura administrativa. Tudo aconteceu no coletivo de sexta-feira, pela manhã, no campinho da Graça contra o Vitória. Triste, decepcionado, com poucas palavras, Paez explica sua situação no Leônico.
Deixei o cargo de treinador, porque não aceito e nunca aceitarei intromissões no meu trabalho. Edmundo Portugal, dirigente do clube, no no meio do coletivo de sexta-feira contra o Vitória, veio me pedir para colocar o seu sobrinho Wilson. Recusei a solicitação do cartolinha e terminei dispensado.
Paez acredita que fez um bom trabalho no Leônico e que certamente não faltará clube para treinar. O importante é não ter que deixar o futebol baiano, onde criou um bom ambiente e fez grandes amizades.
- Só não quero é sair da Bahia.
Enquanto Paez conversava com a TRIBUNA ontem, à tarde, na Fonte Nova, seus ex-jogadores mostravam um bom futebol tocando bem a bola e se fazendo presentes, a todos instante, na área do Botafogo. O primeiro gol do Leônico poderia ter acontecido logo aos 15 minutos do primeiro tempo, quando Aurelino cabeceou na trave, após uma excelente cobrança de falta do lateral direito Carlinhos.
Além de contar com muita sorte o Botafogo, tinha um bom goleiro e que, aos 17 minutos fez uma defesa sensacional, espalmando para escanteio, um chute de Dilermando de fora da área.
E o Leônico atacava, chutava em gol e o placar continuava o mesmo: 0 a 0. Até que Luizinho, apanhando um lançamento de Aurelino, correu até a linha de fundo e driblou Vieira. Num toque precioso, deixou a bola para Dilermando que, de primeira, colocou a bola no canto esquerdo do goleiro Tico. Finalmente, o azar abandonava o time do Leônico.
Para a etapa complementar, esperava-se um Botafogo mais agressivo tentando aproveitar os arremessos violentos de Miltinho em busca do empate. Mas, nada disso aconteceu. O técnico Velha tirou Gildinho que era o melhor homem em campo, ao lado de Afonsinho e colocou Melosa um jogador lento, pesado e superado. As coisas pioraram e o Leônico chegou ao segundo, através de uma cabeçada de Gajé, aos 24 minutos da segunda-fase.
Clinamulte França, o juiz da partida, tendo como auxiliares Valdir da Luz Fonseca e Bartolomeu Lordelo. Os times jogaram assim: Leônico – Adilson, Carlinhos, Rabêlo, Nelinho e Petrôneo. Aurelino depois Gajé, Humberto e Pintada, depois Esquerdinha. Luizinho, Dilermando e Olívio, Botafogo – Tico, Léo Nélson, Elias e Vieira, depois Félix, Afonsinho e Cosme. Lapinha, Gildinho, depois Melosa, Miltinho e Gide.
(Foto matéria - arquivo de Dilermando - Atacante da Seleção de Jequié em 1969 e do time da ADJ na década de 70).

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