domingo, 17 de novembro de 2019

Jequié



As falhas do goleiro Edmilson quase dão em briga no vestiário do Jequié. O capitão do time, Zé Augusto, reclamou: “Você errou no primeiro gol e eu falei que era para você sair logo. Por sua teimosia, levamos o segundo”.
Edmilson não gostou e o treinador Geraldo Pereira entrou em ação, para acalmar os ânimos. O goleiro dizia, depois: “Joguei o primeiro tempo sem luvas. Poderia até segurar a bala chutada por Carlinhos, mas sem a luva não era possível. Peguei e larguei para Zé Eduardo marcar. Não foi uma falha e sim uma falta de preparação para jogos com terreno pesado e a bola molhada”.
E acrescentava: “Não tenho nada contra o nosso capitão. Ele deu bronca, mas o erro foi de todos. O resultado, porém, foi injusto. Nosso time não jogou mal”.
OUTRA BRONCA
Essa não foi a única alteração ali. A outra, sem exaltações, ocorreu entre o técnico Geraldo Pereira e um médico africano radicado em Salvador.
O médico afirmou que o treinador deveria manter o jogador Chinês no time. E explicava: “Era só imobilizar o músculo do rapaz com um pouco de “Kelene”.
Mas Geraldo retrucou: “Aqui não admitimos sacrifício com exagero. O jogador estava com uma distensão. Não podia continuar. E um sacrifício dessa natureza não se fazia necessário. Já fiz a mesma coisa com atletas em melhores condições físicas”.
No final os dois se abraçam. O médico disse ser fã do treinador do Jequié.
A RECLAMAÇÂO
O ponteiro Marco reclamava do zagueiro Aguiar, do Bahia. Argumentava: “Ele apelou e, me chutou sem bola. E não foi nem chamado à atenção pelo juiz”.
Geraldo Pereira dizia que seu time jogou certo e apenas foi infeliz. O resultado, segundo o treinador deveria ser 0 a 0. Para ele, o segundo gol saiu de uma jogada pelo alto em que a defesa falhou.
“Não tenho nada a reclamar. Todos jogaram certo. Nosso meio de campo caiu com a saída de Chinês, mas ele estava machucado ou, melhor, iniciou a partida contundido”, era o que falava o técnico.
Já um diretor do Jequié estava irritado. Dizia que “o goleiro entregou o ouro”. Criticava o primeiro gol e afirmava que a defesa esteve mal no segundo tempo.
Ninguém deu ouvido às reclamações do dirigente. Geraldo Pereira falou alto: “Quem manda no time é o treinador”.  (Foto matéria - arquivo de Dilermando - Atacante da Seleção de Jequié em 1969 e do time da ADJ na década de 70)

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