quarta-feira, 31 de julho de 2019

Revista Cotoxó - Julho de 2019 já nas bancas.




O Paleoartista Anilson Borges.
                                                Charles Meira


Depois de Charles Meira ler uma matéria em um blog, contendo uma matéria editada no Jornal Correio da Bahia e publicá-la no Blog do Cantor Charles Meira, ficou conhecendo o projeto que menciona a cidade dos dinossauros, executado no município de Santa Inês – BA.
No final do mês de abril, o amigo José Renato, membro da Igreja Batista Sião em Jequié convidou Charles Meira para cantar no dia 01/05/2019 em Santa Inês e também participar dos eventos turísticos, inclusive conhecer os famosos Dinossauros, citados na matéria anteriormente mencionada, juntamente com uma heterogênea caravana, idealizada e coordenada pelo departamento Infantil da Igreja. Na oportunidade, Charles Meira entrevistou Anilson Borges e conheceu pessoalmente o projeto dos Dinossauros, ideia que continua sendo executada naquela cidade.
Anilson Borges dos Santos nasceu 06/07/1977 em Jaguaquara, onde viveu cinco anos e em seguida mudou-se para Santa Inês, filho de Antônio Borges, que foi funcionário da Coelba em Jaguaquara e Creuza Correa, falecida, que tiveram seis filhos. A infância foi tranquila, brincava muito com os amigos, que hoje boa parte foi embora. Na adolescência morou um período curto em Campinas – São Paulo e o restante da vida em Santa Inês. Cursou o primário, ginasial, magistério em 1995 e a faculdade de História na FTC em 2010, também na cidade que fica no Vale do Jequiriçá. A habilidade artística de Anilson começou a ser demonstrada desde pequeno, quando executava os trabalhos que desenhava na escola, tarefas que sempre gostou, pois achava divertido e fazia bem. Desde aquele tempo, Borges gostava de Dinossauros, chegando a desenhar alguns bichos e também fazer outros brinquedos embolando papel, entretanto atualmente gosta mais, porque através de filmes, pesquisando na internet, ficou tudo visível e consequentemente bem mais informado sobre o assunto. Em 1995, época que tinha 17 anos de idade, o nosso artista fez para um trabalho escolar o primeiro dinossauro, arte feita com farinha de trigo, tarefa que agradou o professor e recebeu uma boa nota.
Neste período da sua existência, Anilson pintou camisas, fez desenhos e maquetes, tarefas realizadas informalmente para comprar materiais para fazer suas artes. No ano de 2000, concursado e trabalhando de carteira assinada na Prefeitura Municipal de Santa Inês e obtido informações de poucos documentários, no tema do filme “Juranic Park” 1993 – Steven Spielberg, fazer algumas peças pequenas na casa de sua tia, testando com durepox para fazer a pele do bicho, arame para montar a estrutura, papel, papelão e fita crepe para o enchimento  e tinta para colorir, objetos que mediam 30, 40 centímetros e somente uma com 2 metros, realizou uma exposição no Shopping Iguatemi na Praça Dorival Caymmi, evento difícil de conseguir, porém com a ajuda do amigo Genival Alves e a aprovação dos dirigentes do empreendimento tudo deu certo e foi um sucesso de visualização, divulgação e experiência para melhor realizar mostras futuras.
E a seguir, mais experiente e contando novamente com a ajuda do amigo Genival, mantiveram contato em 2002 com os dirigentes do Shopping Iguatemi de Feira de Santana – BA e liberado pela Prefeitura Municipal de Santa Inês, realizaram durante 10 dias outra exposição.  O resultado da mostra foi um pouco melhor, pois continha mais peças.
Depois deste evento as pessoas começaram a entrar em contato com o artista, encomendando réplicas das peças divulgadas. A primeira peça grande que fez, foi com o tema de Dinossauros para uma fábrica de sapatos de Minas Gerais, empresa do ramo de sapatos infantis. Foi legal fazer um e depois mais três, pedidos solicitados em períodos diferente, que Anilson ganhou bem pouco, entretanto divulgou ainda mais a sua arte. Após vender esta peça, passou a fazer mais pesquisar, comprar materiais de melhor qualidade, percebendo a necessidade de melhorar o seu trabalho. Esta decisão foi acertada, pois logo fez peças pequenas para o Maranhão, Santa Catarina, Rio de Janeiro e duas em 2012 para São Paulo, sendo uma também pequena e outra de tamanho um pouco maior.
Contrariando o ditado popular de que “Santo de casa não faz milagre”, quando da gestão anterior, em encontro intermediado pela esposa do prefeito, respondeu indagação dela sobre suas esculturas, confirmando que estava fazendo peças, porém para outras cidades. Após acertos e as despesas pagas pelo município, Anilosn aceitou e fez no período de três anos, duas peças para o município, esculturas que ficaram em local de destaque na cidade, contudo na opinião do artista meio desligadas uma da outra.  
No ano de 2016, quando Emerson Eloi assumiu a prefeitura, tudo aconteceu diferente. A ideia do atual gestor foi de criar um parque aberto. Na ocasião, Anilson conversou e aceitou a proposta de realizar o projeto denominado de “Dinovale”. Atualmente continua trabalhando na prefeitura, porém na área da cultura, idealizando temas e coordenando estes serviços, ajudado por três pessoas, cedidas em conjunto com o espaço e os matérias necessários, sempre aprovados pelo prefeito, como está acontecendo na entrada do município, que aprovou e foram construídos animais com isopor, ferro, fibra de vidro e pintura automotiva em tamanho original para chamar a atenção dos visitantes e criar uma rota turística, como outros existentes no centro da cidade, devidamente pesquisados antes de fazê-los e apresentados por pessoas sempre falando a linguagem do público que visita o local, como os dois guias existentes atualmente, devidamente treinados por Anilson Borges.
O projeto tem repercutido positivamente tanto para o município, que tem aumentado o fluxo de visitantes, levando diversas caravanas como a da Igreja Batista Sião de Jequié, composta de aproximadamente sessenta pessoas de diversas idades, que visitou em 01/05/2019 a cidade de Santa Inês e com também para o seu idealizador Anilson Borges, que tem feito palestras na UESC, UESB, onde leva as esculturas pequenas. Tem palestras agendadas par Marília – SP e Tanque Novo – BA e divulgação na TV Bahia no programa Conecção Bahia, no Jornal Correio da Bahia, vários Blogs, entrevista no Museu do Ceará – PE, onde colocou algumas esculturas, no museu de uma universidade de Pernambuco, onde tem uma escultura réplica única de um animal, mesmo não estando totalmente concluído.


O Paleoartista Anilson Borges, relatou também que desenha bem e usa o rabisco antes de fazer as esculturas, gosta de fazer outras coisas, porém esta é a sua paixão. Que este trabalho cultural abrange a ciência, o turismo e a parte didática, bem amplo. Que tem atraído pessoas como um rapaz que tem um museu o convidou para ser sócio dele Que tem falado com pessoas da Argentina, galera da Califórnia, nada muito certo, contudo todos estão de olho neste trabalho. Que gosta da interação, perguntas, opiniões, das críticas positivas e negativas das pessoas. Que todos pretendentes a fazer a arte tem que insistir, ser ousados e lutar. Que não é fácil e teve muitos prejuízos fazendo escultura, vendendo e não recebendo, mas não desistiu. Que hoje seu trabalho está sendo proveitoso e vive somente da arte.
No término da entrevista Charles Meira convidou o artista para conhecer o Museu Histórico de Jequié e se possível fazer uma escultura e doar para aquela instituição e ao mesmo tempo fazer uma palestra sobre o seu trabalho para escolas do nosso município.

* Texto editado na Revista Cotoxó de Julho 2019.


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