Em 1956, nascia em Aracaju/Sergipe
Givaldo Santos Vasconcelos, que logo se tornaria conhecido como Jacozinho no
meio futebolístico. Criado pela avó e possuindo três irmãos: Jaconias, Valdice
e Lêda, Jacozinho não conheceu a sua mãe. Hoje, ele está casado com Suely
Rodrigues e é pai de três filho: Gil, Lucas e Mateus (os dois primeiros
nascidos em Jequié).
Em Aracaju, mais precisamente no
bairro 18 do Forte, Jacozinho começou jogando bola na rua com os amigos do
mesmo bairro e, por conta da habilidade diferenciada, ainda adolescente, já era
convidado para jogar nos times amadores da cidade. Assim, ele foi descoberto
por Dequinha, treinador do Vasco Esporte Clube de Aracaju, que na época era
vizinho de Jacozinho. Dequinha o levou para Vasco, onde Jacozinho foi incorporado
as categorias de base e em seguida sendo lançado ao time profissional que
disputou o campeonato Sergipano de 1976. Como acontece ainda nos tempos de
hoje, claro que com menor intensidade, quem se destacava em clubes menores
tinha a chance de chegar a um clube maior e isso aconteceu, primeiro com o
Dequinha, treinador de Jacozinho que após sair do Vasco foi para o Sergipe,
levando consigo o menino Jacó.
O sucesso defendendo as cores do
Vasco logo atraiu as atenções do Clube Esportivo Sergipe que o contratou aos 20
anos de idade para disputar o campeonato brasileiro de 1977. Ali na capital
Sergipana, Jacozinho fez sucesso com seu futebol alegre, seu jeito irreverente
e humilde de ser, conquistando títulos. Depois disso, ele retornou ao Vasco de
Sergipe, tendo a sua vida mudada posteriormente ao chegar na Bahia para jogar
na Associação Desportiva Jequié (ADJ) no final dos anos 70 e inicio dos anos
80. A vinda de Jacó para o futebol baiano se deu depois de problemas com a
diretoria do Sergipe. Na época, ele até pensou em desistir de jogar futebol,
mas a convite de um amigo para jogar na Bahia foi mais sedutor. Em terras
soteropolitanas, Jacozinho chegou ao Galícia e, mesmo tendo a experiência de já
ter disputado um campeonato brasileiro pelo Sergipe, foi obrigado a fazer um
teste no clube Galiciano. Como o Galícia não disputou o campeonato daquele ano,
Jacó e mais um grupo de atletas foram levados ao ADJ.
Em Jequié, Jacozinho conheceu sua
atual esposa, constituiu família, mas logo depois foi transferido para o
Leônico de Salvador. Após ótima campanha com a ADJ e com o Leônico no início dos
anos 80, Jacó desembarcou em Maceió para defender as cores do Clube Esportivo
Alagoano (CSA), mal sabendo ele que ali a sua carreia tomaria outro nível. Com
a camisa azul do CSA, ele conquistou vários títulos em sete anos de Alagoas.
Mais tarde, já maduro, porém buscando
escrever para sempre seu nome nos anais do futebol, Jacozinho foi para o Santa
Cruz de Pernambuco, onde também levantou taças. Com tantas conquistas no
Nordeste, faltava os grandes centros conhecer de perto o futebol de Jacozinho e
para isso ele contou com o apoio de repórter da rede Globo que acompanhava os
clubes nordestinos e em especial a carreia de Jacó. Márcio Canuto não era só um
repórter, ele passou a ser amigo de Jacó e como todo bom amigo o ajudou fazendo
matérias que foram veiculadas em rede nacional através da televisão. Com todo
esse sucesso embalado com o apoio de Canuto, Jacozinho foi convidado para
participar de um jogo no Maracanã em 1985. Era o retorno de Zico ao Brasil.
Aquele jogo que tinha de um lado Maradona e do outro Zico como anfitrião teve
Jacozinho como destaque ao marcar um gol depois de receber a bola de Maradona,
tendo o seu nome gritado pela multidão nas arquibancadas.
Nesse período de conquistas, Jacó
conheceu a fama e também o lado negro do sucesso ao se envolver com o álcool e
drogas, perdendo quase todos os bens materiais que havia ganhado jogando
futebol. Como diz o ditado popular: "todo grande homem precisa
de uma grande mulher”. Nesse caso, Jacó achou em sua esposa e
família um ponto de apoio para dar a volta por cima. E deu.
Ao deixar o futebol, Jacozinho
retornou a Jequié, trabalhou como técnico na ADJ e foi assessor parlamentar do
senador Magno Malta até retornar ao CSA, onde hoje atua como auxiliar
permanente clube.
Jacozinho que hoje mora em Maceió
também é pastor protestante e vê de longe sua historia com a bola, dando
seguimento a sua vida na religião. Poderíamos dizer: “Filho de peixe, peixe é”, mas é melhor falar: “neto de peixe, peixinho é", pois a historia da
família Rodrigues Vasconcelos segue sendo escrita no futebol por João Victor
(filho de Gil e neto de Jacozinho), que hoje joga nas categorias de base do
Desportiva Ferroviária do Espirito Santo, o mesmo local em que Jacozinho
encerrou a sua carreira. (Equipe Solar Esportes)
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