Charles Meira
Zezinho dos Laços |
Em certa ocasião, Zezinho dos Laços, o
chefe dos Rabudos, foi tomar banho no rio de Contas que ficava próximo a sua casa, no povoado de
Porto Alegre, hoje distrito de Maracás.
Tirou
a roupa, sua arma e deixou na areia. Neste dia José Marques estava sozinho.
Enquanto
se banhava, ele percebeu que um homem desconhecido aproximava na sua direção.
Pedindo para que o desconhecido ficasse
parado, rapidamente Zezinho saiu da água,
se vestiu e colocou a arma na cintura, enquanto ouvia o homem falar que
queria proteção porque teria matado alguém.
Zezinho respondeu que somente o atenderia mais
tarde na sua casa. Como ficou acertado, o homem foi atendido na casa do Rabudo.
Diferentemente do primeiro encontro, o
desconhecido chegou com uma repetição papo amarelo.
José Marques passou a interrogá-lo, querendo
primeiramente saber o motivo de ele ter matado alguém.
O homem contou que tinha matado por
dinheiro, pois estava sem emprego e necessitado.
Zezinho
perguntou se a pessoa que ele havia
matado era casado e tinha filhos.
A
resposta foi afirmativa.
O
chefe dos Rabudos aumentou o tom da sua voz e falou da sua reprovação da
atitude tomada pelo homem que tinha deixado uma viúva desamparada e os filhos
passando privações.
Zezinho dos Laços chamou um dos seus jagunços
e ordenou que levasse o desconhecido para um determinado local e desse cabo da
sua vida com a sua própria arma e fosse enterrado.
Era
de conhecimento de todos do povoado, que em outras ocasiões Zezinho deu
proteção a várias pessoas, quando assim achou necessário e justo o pedido.
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