Carlos Eden Meira
Um dos defeitos do caráter humano
que causa revolta às pessoas dignas, é, sem dúvida, a hipocrisia. Nesses anos
de começo de século e de novo milênio, ao que parece, a hipocrisia tem atingido
um dos seus pontos críticos, levados ao extremo. E os novos fariseus
manipulando a mídia, distorcem a verdade para atingir seus objetivos, induzindo
enorme legião de indivíduos que por ignorância ou interesse, prestam-se aos
mais revoltantes serviços, cuja primordial finalidade é confundir a opinião
pública. Assim, como os antigos fariseus citados nos Evangelhos, estes são
também, exploradores do medo e da ignorância das pessoas, verdadeiros lobos em
pele de cordeiro; fazem-se passar por líderes religiosos, políticos ou representantes
de entidades de classe ou religiosas, falando em nome da moralidade, usando as
referidas entidades como plataformas a serviço dos seus horripilantes
interesses. Extremamente egoístas e vaidosos, procuram passar uma imagem
simpática dentro de seus valores “ideológicos”, a quem os ouve ou assiste,
vencendo sempre possíveis obstáculos criados por quem tenta desmascará-los.
Momentos há na vida, em que as
pessoas cometem algum tipo de engano do qual se arrependem mais tarde, nas
reflexões da idade madura. Por força de circunstâncias de ordem pessoal,
política ou religiosa, o cidadão pode vir a ser induzido na juventude, a
acreditar em falsos conceitos, levando-o a agir precipitadamente, a fazer vista
grossa diante de fatos relevantes, em nome de ideias que levam a atitudes nem
sempre louváveis, crendo que possam vir a ser justificadas no futuro. São
equívocos a que o indivíduo está sujeito ao longo da existência, e, à medida
que amadurece, percebe decepcionado, certa dose de hipocrisia também em suas crenças
anteriores. Os novos fariseus, entretanto, não se decepcionam nunca em toda sua
vida. Pelo contrário, têm plena consciência dos seus atos, considerando-se
verdadeiros donos da verdade, influenciando pessoas cujas tendências ao
fanatismo político ou religioso, passam a aceitar as mais nefastas correntes
ideológicas, que acabam levando nações inteiras ao caos. Na antiga URSS, o
stalinismo praticou horrores tanto quanto o nazismo alemão, em nome de uma
ideologia extremamente materialista que pregava o ateísmo. Tudo em nome do
expansionismo da extrema esquerda, no resto do mundo.
A filosofia desses novos fariseus
se resume na conquista do poder a todo custo, não importa a ideologia nem o
partido político a que pertencem. Ricos na maioria, com fortunas adquiridas por
meios nada transparentes, dispõem de prestigio e poderes diversos que atuam em
muitas áreas, e têm as leis em suas mãos. Podem, através de suborno, forjar a
imagem midiática negativa de seus adversários, invertendo os papéis diante da
opinião pública, o que acaba por marginalizar pessoas dignas que em momentos
decisivos, batem de frente com tais fariseus. Jesus perdoou à adúltera e ao bom
ladrão, mas, não perdoou aos fariseus hipócritas, “raça de víboras”, como ele
os chamou. Hoje, muitos deles aproveitam-se dos momentos de crise institucional
e moral, e não hesitam em usar inclusive, o nome de Deus para conquistar
adeptos para suas “causas” arvorando-se de “salvadores da pátria”. Os novos
fariseus usam e abusam do nome de Jesus, aquele que foi TORTURADO, morto na
cruz, um dos piores instrumentos de suplício usados pelos romanos, senhores do
maior império daquela época. Jesus foi entregue pelos fariseus de seu tempo,
como um subversivo que contrariava os interesses do SISTEMA representado pelo
império romano. Além de tudo, “andava com ladrões, vagabundos e prostitutas;
não seria, portanto, um HOMEM DE BEM”, na opinião dos fariseus. Os novos
fariseus querem também, torturar, prender, ou mesmo eliminar, pessoas que vão
de encontro às injustiças do atual SISTEMA. Eles se autodenominam “cristãos” e
“homens de bem”, de acordo com seus assustadores interesses. É a hipocrisia ao
extremo!
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