Dilermando: a medicina ganha um craque. |
Cursando
este ano, e quatro anos de medicina, com dependência Bioquímica Dilermando mostra-se disposto a
demorar muito pouco jogando futebol, pois quer de dedicar inteiramente a
profissão que escolheu, especializando-se
- ainda tem pequena dúvida – em cirurgia ou ortopedia.
- Futebol é
bom. Mas dura pouco – é seu argumento.
Depois de
levar dois meses e 15 dias treinando no Bahia, Dilermando não viu qualquer
solução para o seu caso, apesar das manifestações favoráveis que recebeu. Então
decidiu voltar ao Jequié para atuar durante a temporada de 71, porque há
promessa de no final do contrato receber passe livre. Para isto, ele teve que
vencer a barreira de dois dirigentes que não queriam admitir sua volta: Dr.
Gileno Fonseca e Isidoro do Carmo.
O Dr. Gileno
acabou ponderando. Quem continua contra mim é Isidoro. Mas para minha
satisfação, os diretores Manoel Fonseca, Jonas Almeida, Alfredo Del Sarto e
Manoel Sampaio. E mais ainda o apoio do público que torce muito para que eu
volte a vestir o uniforme do Jequié, com o qual me projetei no futebol da
Bahia.
Dilermando
explica porque quis vir para Salvador, argüindo que estudando aqui e jogando no
clube daquela cidade ficava muito dependente, isto é, não podia treinar, sua
forma não chegava ao ideal.
- Por isso
pensei em jogar num clube da capital, mas um grande clube. Esteve para atuar no
vitória e não deu certo: no Bahia vocês sabem a estória. Diante das
alternativas resolvi voltar mesmo ao Jequié, onde não tinha sequer contrato de
profissional. Mas condicionei a volta a receber passe livre no final do
contrato.
E
acrescenta:
- ... Quem
Sab? ... Talvez até resolva encerrar a carreira por lá mesmo.
Dilermando
Martins Neves, é da cidade de Paramirim, de onde provém, igualmente seu
companheiro Tanajura, que tantas satisfações deu o Jequié no último campeonato.
Atualmente ele conta 25 anos de idade. Depois das peladas em sua terra foi
jogar no Independente de Ipiaú. Como a liga de Ipiaú não era filiada, recebeu
convite para defender o Flamengo de Jequié, jogando paralelamente nos dois
clubes ao lado de Tanajura. Disputou os campeonatos de 67 68, deixando de
participar do de 69 porque veio a Salvador fazer o vestibular para Medicina. Em
Jequié defendeu a seleção em três torneios intermunicipais, aparecendo em 69
como artilheiro do certame com nove tentos.
Em 1970, com
o acesso do Jequié à categoria profissional, ele e Tanajura, sempre juntos,
passaram para o referido clube, onde marcou 10 tentos durante o campeonato.
Tanajura que foi o artilheiro (e sempre contou com seus preciosos lançamentos)
assinalou 21 gols, uma boa marca.
-
Infelizmente tive que ficar dez partidas sem jogar. Mas acredito ter dado uma
boa contribuição ao Jequié.
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