terça-feira, 17 de abril de 2018

Zé Tenaz: há quase meio século colado na bateria

Foto: Arquivo Pessoal.
Chegando aos 49 anos de carreira, com 65 de idade, José Silva Santos, o popular “Zé Tenaz”, é um baterista experiente e bem educado. Faz o que a música pede, conta com boa coordenação motora e um ouvido acurado para ritmo. Tem consciência da importância do seu instrumento para o desempenho da banda e de que a sua responsabilidade numa apresentação é semelhante à de um maestro, pois determina o andamento da execução do concerto. Não lhe falta precisão, técnica e sensibilidade. O vocalista Sikilingue, compara Zé Tenaz ao baterista dos Beatles: “Ele faz uma bateria limpa, o que é necessário para banda aparecer, para que todos os músicos tenham o seu espaço no espetáculo. Guardando as devidas proporções, eu considero Zé Tenaz, semelhante à Ringo Starr”.




“Rodado”, como se diz na gíria, Zé passou por algumas das melhores bandas de baile da Bahia:  Joedson (Ipiaú), Mach Five (Valença) e  Embalo 4 (Jequié),  Grupo Imaginação... Tocou com Luiz Caldas, Durval Caldas, Roberto Caveira, Gatinha, Júlio Nascimento, Netinho Cabral (Ubatã), Celso Rommel, Estevão e uma enormidade de músicos talentosos. Aportou em Ipiaú, onde constituiu família com dona Maria de Lurdes Silva Santos (Lurdinha). Tem quatro filhos e sete netos.  Atualmente suas baquetas estão a serviço da banda SodaPop, a qual ele considera a melhor dentre tantas outras em que atuou. Foi em Poções, sua terra natal, que Zé iniciou a carreira musical e ganhou o apelido de “Tenaz”. Colou nos ensaios da banda “Os Fantasmas” e ninguém foi capaz de lhe descolar  do sonho de ser baterista. 

Nos bailes da vida

Aprendeu a lidar com o instrumento e com pouco tempo já estava no grupo. Depois da iniciação com “Os Fantasmas”, em Poções, botou o pé na estrada e foi se realizar animando os bailes da vida. Passou pelo conjunto “Os Intrépidos”,  de Vitória da Conquista, e  em julho de 1975 chegava a Ipiaú para compor o Grupo Imaginação, juntamente com Jocely Pinheiro (guitarra), Goleiro (baixo), Molina (teclados), Enock Bezerra(sax), Clóvis Reis (piston) e o vocalista Wasginton. Em 1977 já estava na Banda Joedson, junto com Luiz Caldas, Sikilingue, Durval Caldas, Genésio, Leão e companhia. Participou de duas formações da Joedson e também tocou nas bandas Românticos Boemia ( Jaquaquara), Perkata de Couro e Primitiva.  Nas bandas de  baile ele consolidou a profissão que lhe garante o sustento da família. Zé Tenaz toca todos os ritmos, mas confessa uma preferência pelo pop rock. Admira o baterista Serginho, do grupo Roupa Nova, e se diz fã de Matt Sorum, da banda norte americana Guns N' Roses.

Não descola

Sabendo que a atividade de baterista exige muito do corpo, Zé cuida do preparo físico. Bate uns babas, faz caminhadas, malha quase diariamente. “Tocar bateria é como jogar uma partida de futebol”, explica. Talvez por essa analogia não se incomode com o fato de seus filhos trocarem o caminho da música por belas jogadas nos campos de futebol.  Júnior e Igor brilharam na Seleção de Ipiaú e outros escretes da região. O primeiro como goleiro e o segundo na condição de excelente volante. Zé revela que  o  apelido “Tenaz” foi dado, quando ainda morava em Poções, por um amigo de nome Sandoval. “Ele dizia que quando eu colava em alguma coisa era difícil de largar”. Igual a propaganda da cola homônima: “Cole com Tenaz e descole se for capaz”. José Silva Santos colou no objetivo de ser baterista e foi assim que se tornou Zé Tenaz. Ninguém foi capaz de lhe descolar desta ideia. Quase 50 anos de batera, muita história, uma lenda. (Giro/José Américo Castro).

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