sábado, 22 de abril de 2017

Entrevista realizada em 11/04 com Edmilson Garcia, goleiro da Associação Desportiva Jequié na década de 70 no programa “Falando de Esportes” na rádio Cidade Sol FM.

Edmilson Garcia, goleiro da Associação Desportiva Jequié na década de 70.

E. B. O – Edmilson queria que você falasse sobre a sua alegria no futebol de Jequié, atuando no time amador do Flamengo, na Seleção de Jequié e na Associação Desportiva Jequié.
Edmilson Garcia – Olha nossa trajetória na verdade teve início no América de Izidório, depois o Flamengo de Maneca Sampaio e de Carlos Lopes, irmão de Evandro Lopes. Formamos o Flamengo, fomos campeões e dele saíram à maioria dos jogadores que formou a Seleção de Jequié que foi campeã do Intermunicipal de 1969. Em seguida a Federação Baiana de Futebol convidou o time para participar da Primeira Divisão do Campeonato Baiano, foi como você falou, fomos denominados de “Fantasma do Sertão”, porque fizemos uma apresentação, modéstia parte muito boa, figuramos por várias rodadas em primeiro lugar, isso dava muita alegria e porque não, muitas recordações.

Time Amador do Flamengo de Jequié - Em pé: Carlinho, Edmilson, Tufú, Maíca, Zé Augusto, Pascoal, Foca e Maneca Mesquita. Agachados: Bara, Tanajura, Dete Leão, Bajada, Marcos e Heráclito
E. B. O – Edmilson, a cidade de Jequié mesmo tendo um campeonato amador forte e uma boa seleção, tinha dificuldades para vencer a Seleção da cidade de Cachoeira. Fale dessa e de outras rivalidades existentes na época no Campeonato Intermunicipal.
Edmilson Garcia – É bem verdade que a Seleção de Cachoeira era muito forte, mas também encontramos grandes adversários a exemplo de Valença, Itapetinga, São Félix e Maragogipe, mas de fato o grande adversário nosso foi a Seleção de Cachoeira, equipe que ganhamos em 1969 pelo placar de 3 X 2 no Campo da Graça em Salvador, depois de estamos perdendo por 2 x 0 no primeiro tempo, mas com uma atuação espetacular de Dilermando, Tanajura e Marcos viraram o jogo e fomos campeões.

 Seleção de Itapetinga 0 X 0 Seleção de Jequié - 14- 12- 1969 - Caculé, Dilermando, Tufu, Dete Leão, Maneca, Zé Augusto, João Potó, Edmilson, Carlinhos, Maíca e Eduardo Corró.

E. B. O – Edmilson é verdade que naquela época os jogadores do Jequié não recebiam salário, gratificação, atuavam de graça?
Edmilson Garcia – Todos não acredito, porque muitos precisavam, tinha como emprego o futebol, mas eu particularmente não ganhava, raramente quando recebia algum dinheiro, dividia com o massagista, meu amigo “Foca”, Valdo o roupeiro e o gerente. Nunca recebi um real do time, acredito que outros colegas também tenham feito, porém não me lembro quem, sei que pratiquei isto durante o tempo que joguei no Jequié.
E. B. O – Edmilson é verdade que o prefeito na época, Waldomiro Borges doou o seu salário aos jogadores da Seleção de Jequié, para premiá-los pela conquista do Campeonato Intermunicipal?
Edmilson Garcia – Rapaz teve essa conversa, mas não me lembro de ter recebido. Sei que o Sr. Waldomiro prestigiou muito o time com ônibus, contratação, era um exemplo. Maneca Sampaio, Carlão, Torre grossa e Dalmar com o ônibus e muitos outros. Há se pudéssemos hoje contar com a ajuda que recebíamos naquele tempo dos empresários, dos comerciantes e dos torcedores. O futebol era alegria, vibração desde os clássicos do campeonato amador nos jogos que aconteciam entre as equipes do Flamengo X Estudante, Mandacaru X Flamengo, contentamento transferido para a seleção e posteriormente para a ADJ. Foi uma fase do futebol áureo que também proporcionou alegria a toda população de Jequié.
E. B. O – Vocês lutaram e deram um título amador para nossa cidade. Como o grande goleiro das décadas de 60 e 70 visualiza a situação no momento do futebol amador de Jequié que há quase 05 anos não disputa o Campeonato Intermunicipal?
Edmilson Garcia – Lamentamos bastante o tempo todo, talvez pela situação atual do País, Estado e Município que não contribui tanto quanto nos ajudou naquela época, porém não impede, nem invalida um grupo de abnegados formarem sem muita despesa uma equipe alegre como tivemos naquela época. De qualquer sorte, poderia me comprometer em ajudar aos atuais dirigentes a procurar patrocinadores para viabilizar o retorno do futebol amador de Jequié a disputar o Campeonato Intermunicipal.
E. B. O – Edmilson conte a história daquela vitória bonita, acontecida no jogo Jequié 2 x 1 Bahia, realizado em 22/03/1970 no estádio Waldomiro Borges.

Associação Desportiva Jequié - 1970 -  Em pé: Zé Augusto, Edmilson, Carlinhos, Tufu, Maíca, Esquerdinha. Agachados: Flori, Dilermando, Tanajura, Chinezinho, Marcos e Foca.
Edmilson Garcia – Talvez Agnaldo tenha sido uma das melhores partidas que o time fez e minha particularmente. Teve um lance incrível: o lateral do Bahia cruzou e deixei a bola passar, pois vinha muito alta, quando olhei o Carlinhos junto com Sanfilippo que estava para cabecear. No momento dei um salto, fora das minhas condições e peguei a bola de costa, lance que foi fotografado e inclusive tenho esta foto. Foi uma tarde memorável, partida que senti muito orgulho do time e da minha atuação individualmente. Tarde memorável repito. Quanto ao lance do gol do Bahia feito nos acréscimos, lembro que a bola bateu no travessão superior e depois na grama. Gerou uma confusão geral, gritos, discussão entre os jogadores e o juiz que havia marcado o gol, falando: “a bola entrou, não entrou”. Clinamulte Viera então disse: “o joga está acabado”, decisão que acabou também a confusão, pois para o Jequié 2 X 1 ou 2 X 0 era a mesma coisa. Risadas.
E. B. O – Edmilson, sua mensagem para a nova ADJ, equipe que tem a missão de conquistar a Série B e consequentemente em 2018 fazer parte da elite do Campeonato Baiano.
    Edmilson Garcia – A mensagem é de dedicação, compromisso, comprometimento, união, fé, coragem, determinação e boa sorte.

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