sábado, 1 de fevereiro de 2020

UM SONO INTERROMPIDO

                                                         Carlos Eden Meira

Na noite de 19 de janeiro, fui me deitar cedo, ouvindo música no celular, coisa que às vezes me faz dormir, quando fui despertado por uma chamada de voz que se tornou em mais um golpe na minha já abalada natureza ansiosa, principalmente nos últimos dias de dezembro. Era a triste notícia de que mais um dos nossos, Aroldo Figueiredo Vieira (Aroldão) havia partido. Foi difícil para mim, acreditar no que estava ouvindo, pois ainda não havia completado um mês que ocorrera a inesperada partida de meu irmão, Raymundo Meira, em pleno dia de Natal.
Aroldo foi, durante muito tempo, uma das maiores expressões do meio musical em Jequié, tendo sido diretor musical e vocalista principal da banda “Embalo Quatro”, cuja participação dele nos anos setenta elevou consideravelmente o nível artístico da banda. Criou também, o ótimo grupo “Capítulo Quinto”, no qual foi baterista e principal vocalista, tendo participado mais tarde, em grupos musicais formados por ele, com músicos de outros conjuntos para tocar em grandes bailes, cujos organizadores o procuravam para realizar os eventos. Participei fazendo dupla como vocalista com Aroldo, em muitos desses bailes. Sempre “antenado” com os mais novos sucessos musicais, ele era bastante solicitado por músicos, ou pessoas ligadas ao meio musical de Jequié, em busca de informações sobre antigas bandas locais, nacionais ou internacionais.
Colecionava enorme acervo composto de discos de vinil, fitas, CDs, DVDs, fotos, revistas e livros, relacionados com a música. Foi um dos fundadores da ASSAM, consequentemente foi também, um dos que participaram na criação do Museu Histórico de Jequié. Durante muito tempo, fez parte do quadro de funcionários da “95 FM”, onde dentre outras funções organizava programas musicais, como discotecário.
Irmão de Paulo Roberto Figueiredo Vieira (Paulo Krupa) de saudosa memória, que assim como ele herdou o talento musical do pai, Otoniel Vieira, Aroldo deixou esposa, filhas e filhos (um dos quais também é músico) além de netos. Vai fazer muita falta entre os amigos e, obviamente no meio artístico e cultural da cidade

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