segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Os Portais Climerianos


                                                                              Carlos Eden Meira
O jornalista e poeta Climério Keller costuma contar, que de vez em quando, caminhando em alguns trechos da cidade, ele de repente é inexplicavelmente arrebatado por uma espécie de “portal”, através do qual é transportado a lugares diversos, como a cidade do Rio de Janeiro, países como a China, Índia, as montanhas geladas da cordilheira dos Andes, ou por regiões áridas do continente africano, por onde andou curvado numa passagem subterrânea por milhares de kilômetros, pois não havia altura suficiente para andar em pé. Levou muito tempo para recobrar sua postura normal de andar ereto.
Foi arrebatado por uma estranha e enorme ave que o levou a uma base secreta nos EUA, onde havia uma cerca eletrificada com um cartaz, onde se lia: “NO TRESPASSING”. Nesses lugares, Climério passa por uma série de aventuras, dignas de qualquer filme de James Bond ou de ficção científica. Algumas pessoas que também já ouviram Climério contar suas “aventuras” acham graça e obviamente acreditam que ele “anda sonhando acordado”, influenciado por livros que lê ou filmes que assiste.
É um verdadeiro “viajante do espaço/tempo”, caminhando apenas por determinados lugares da cidade e seus arredores, onde repentinamente se abre o “portal”, fenômeno que ele costuma descrever no seu sui generis jornal, “Um Passo”. Nessas viagens, ele mantém contato com presidentes, reis, generais, cientistas, filósofos, celebridades diversas do cenário mundial. Dá opiniões sobre a política internacional, sugerindo estratégias para melhorar o mundo, através de documentos que entrega nas embaixadas de diversos países que conheceu, atravessando os “portais”.
Às vezes, os “portais” o levam a entrar em contato com tribos nativas de regiões desconhecidas da civilização. Mesmo assim, ele consegue aprender a linguagem local através de algum método insólito para traduzir tais linguagens, ainda que corra o perigo de ser devorado por canibais. Acaba fazendo amizade com os nativos e aprendendo coisas incríveis da cultura deles. Certa vez, me contou que já esteve numa nave espacial da NASA e chegou a viajar para a Lua ou Marte, não me lembro bem.
Não sei até que ponto, a “realidade” e o sonho se integram nessas narrativas do Keller, entretanto, seja o que for, são interessantes e estimulam a imaginação das pessoas que se divertem com a seriedade com que ele se refere a esses locais que resolvi chamar de “Portais Climerianos”.


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