terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Marco, Jogador da Associação Desportiva Jequié da década de 70. O Verdadeiro Ponta Esquerda.

                                                                                              Charles Meira

Marco Antônio Azevedo de Brito e sua esposa Lúcia Magaly Pondé de Brito.

Na noite de 19/10/2018, quando da abertura da exposição “ADJ: A Trajetória de uma Paixão”, realizada no Museu Histórico de Jequié, Marco, o alegre e brincalhão jogador do time do Jequié na década de 70, esteve no evento e representou Dilermando e Edmilson, também jogadores da equipe naquela época, que por motivos justos não estiveram presentes. Durante a visitação da bela mostra sobre a história da Associação Desportiva Jequié, Charles Meira, desportista e colaborador da exposição, teve a oportunidade de recordar com Marco, momentos marcantes da carreira dele naquela ocasião, tirar fotos e de marcar uma entrevista com o amigo para o dia 22/10/2018.



Marco no Museu Histórico de Jequié, visitando a exposição
"ADJ: A Trajetória de uma Paixão". 

Na tarde do dia marcado, foi ao bairro São Judas Tadeu no carro de sua prima Marli Silva, acompanhado de Edisio Santana na casa de Ana, local onde Marco e sua esposa estavam hospedados. Foi alegremente recebido por ela, seu irmão Catu e em seguida, abraçado na sala pelo melhor ponta esquerda que assistir jogar futebol de campo e pela sua esposa. Depois sentados no sofá, iniciou a entrevista.
Marco Antônio Azevedo de Brito, nasceu em Salvador-BA em 30 de Janeiro de 1946, filho de Ely Alves de Brito e Zuleica Azevedo de Brito, que tiveram seis filhos.  Cassou-se com Lúcia Magaly Pondé de Brito em 17/04/1969 na Igreja da Imaculada Conceição, tiveram quatro filhos e quatro netos. Morou em Jequié na Praça Miguel Bahiense no Campo do América e também na Rua Lélis Piedade no centro da cidade.
O nosso entrevistado, começou a estudar com seis anos de idade. O primário realizou no Colégio Getúlio Vargas no Barbalho e o ginasial no Colégio Santo Antônio no Santo Agostinho. Em seguida fez o curso Técnico em Contabilidade na Fundação Cairú nos Barris, curso concluído em 1966.
Desde menino Marco jogava baba de rua e na praia. Na infância jogou somente futebol de salão, esporte iniciado com sete anos na equipe do Dínamo de Santo Agostinho, time depois filiado a Federação Baiana e que foi vice-campeão de Futebol de Salão de Salvador e Marco artilheiro do campeonato. Começou a jogar futebol de campo na adolescência. Inicialmente foi jogador do Fluminense no Colégio Santo Antônio e depois no Combate de Brotas, times formados apenas para jogar babas nos bairros. Nesta ocasião, jogou também no juvenil do Botafogo de Salvador, time que às vezes quando viajava, atuava como titular. No mesmo período, com 18 anos de idade foi pretendido pelo Esporte Clube Vitória, mas escolheu jogar em Jequié por causa de Lúcia, que começou a namorar no período de férias dela em Salvador. Foi para Jequié em 1966 a convite de João Láimo jogar no time amador do Flamengo, inicialmente indo e voltando nos finais de semana, pois trabalhava no Banco Nacional do Norte em Salvador. Neste tempo o salário era o pagamento da Pensão e alguma coisa para enganar. Risadas. 

Time amador do Flamengo de Jequié, campeão de 1967.
Em pé: Carlinhos, Edmilson, Tufú, Maíca, Zé Augusto, Pascoal, Foca e Maneca Mesquita
Agachados: Bara, Tanajura, Dete Leão, Bajara, Marco e Heráclito.
Time do Independente de Ipiaú de 1967, onde jogaram
Edmilson, Maíca, Dilermando e Marco.

Em 1967, Marco uniu o útil ao agradável, aceitando o convite de Maneca Sampaio para morar, trabalhar na Líder Automóveis, firma de Carlos Lopes, irmão de Evandro Lopes, continuar jogando no time amador do Flamengo de Jequié e definitivamente ficar perto da sua amada, Lúcia Magaly de Oliveira Pondé. Nesta época, jogou no time amador do Independente de Ipiaú, mesmo atuando também no time amador do Flamengo de Jequié. No Independente ganhou dois campeonatos ao lado dos jogadores: Edmilson, Tanajura, Maíca e Dilermando, um timaço. No amador do Flamengo de Jequié cansou de ganhar títulos, período que Maneca Sampaio e Walter Cotó eram os presidentes, inclusive Maneca foi padrinho de casamento de Marco, que o considera um baluarte no amadorismo de Jequié. 

Marco driblando o zagueiro no jogo Itapetinga 0 X 0 Jequié em 1967.
Tanajura, Dilermando, Maneca Sampaio, Marco e Bria, comemorando a vitória da
Seleção de Jequié 3 X 2 Seleção de Cachoeira e o Campeonato Intermunicipal de 1
969.

Do Flamengo foi convocado para a Seleção de Jequié para disputar o Campeonato Intermunicipal. Das seleções que participou, Marco considera melhor a de 1969. Em seguida, saiu da Líder Automóveis e foi trabalhar com Eliete seu sogro, na Granja Pindorama, no Posto Cidade Sol e foi jogar no profissional do Jequié, time que assinou contrato, mas não ganhava nada, jogava por amor a cidade de Jequié, pois não precisava do salário, como assim aconteceu  com Edmilson que trabalhava no Banco Nordeste, Tanajura no Banco Baneb, Maíca que era sócio de uma firma com Waldemir Gomes.  Em seguida, Marco respondendo ao questionamento do entrevistador, disse que considerava o técnico Geraldo Pereira uma boa pessoa, mas o primeiro técnico Maneca Mesquita era muito melhor, amigo, era bom de negócio, conversava muito com o elenco. Marco falou também que o time de 1970 era um timão, igual à Seleção Brasileira da ocasião e que na sua análise, o time foi melhor com Flory do que Betinho e considerava Zé do Bife o melhor ponta direita de Jequié. O ponta esquerda da equipe de 1970, encerrou em 1972 com 26 anos de idade sua carreira jogando no Jequié, devido às atividades que exercia no comercio do o seu sogro, mesmo estando em boa forma física, e sem contusões, porque Marco conseguia se livrar das pauladas dos adversários, por ter sido na infância um  ágil jogador de futebol de salão.
Hoje, Marco e sua esposa estão aposentados, moram em Salvador no bairro de Brotas e não joga bola nem nos babas, mas tem vontade. É torcedor do Vitória, Flamengo e continua mantendo uma boa amizade com Edmilson, Dilermando, Zé Augusto, Petrônio e outros que moram em Salvador e no interior. Em Jequié, Marco vai com sua esposa somente nas festas de São João, Santo Antônio e eventualmente comemorações familiares, como a que aconteceu neste final de semana.  

Petrônio, Dida, Ademir (amigo), Edmilson, Ige, Marco, Dilermando,
encontro de amigos em Salvador.

No encerramento da entrevista, Marco falou que gostou da exposição realizada no museu e ressaltou a lembrança da prefeitura, reconhecendo a importância do time do Jequié para a cidade. Com referencia a campanha do time do Jequié no Campeonato Baiano de 2018, achou razoável a participação, pontuando negativamente a falta de amor dos jogadores pela cidade e alertou aos dirigentes do time, da necessidade primordial de montar uma base, para futuramente servir a equipe principal.  

Time da Associação Desportiva Jequié de 1970.
Em Pé: Zé Augusto, Edmilson, Carlinhos, Tufú, Maíca e Esquerdinha.
Agachados: Flory, Dilermando, Tanajura, Chinezinho, Marco e Foca.

A meu pedido, analisou também o time do Jequié de 1970. Disse que do goleiro ao ponta esquerda foi um timão. Edmilson foi um grande goleiro, Besouro também, mão de quiabo. Risadas. Tufú bom lateral; Paiva também; Esquerdinha era melhor; Zé Augusto mais clássico e Carlinhos era durão, não passava nada, um espetáculo, bons em cima e em baixo; Maíca não posso falar, era um show, igual a Gerson na seleção; Chinezinho ótimo, marcava, entretanto também distribuía; Dilermando jogava muito bem, clássico, um craque, grande chutador, limpava, batia forte, voltava para buscar a bola e distribuía; Tanajura era muita presença dentro da área e corria muito; Flory também corria bastante e jogava sempre aberto pela ponta; Marco era driblador, corria em cima linha, goleador, marcou nove gols em 1970. O ataque do time era fulminante, perfeito. O Jequié teve uma diretoria eficiente, comissão técnica muito competente. O time mereceu ser campeão, era difícil, porém foi à terceira força e campeão do interior em 1970.

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