Charles Meira
Gilson Fonseca |
No dia 24 de fevereiro de 2018 no restaurante
“O Cangaço Café” em Jequié, finalmente entrevistei o meu amigo Gilson Manoel Fonseca.
Inicialmente o assunto seria futebol, entretanto com a concordância do prefeito
da cidade de Itagibá – BA, tratamos também de outros temas relacionados à sua
vida. Depois de escolhermos o que comeríamos e beberíamos, descontraidamente
iniciamos a conversa.
Gilson Manoel Fonseca relatou que nasceu
na Fazenda São Roque no município de Itagibá – BA, local onde morou até os oito
anos de idade. Em seguida foi residir em Itagi – BA, cidade que o menino concluiu
o curso primário. Na época gostava de jogar bola e era considerado pelos amigos
um bom ponta direita. Quando completou 12 anos de idade, mudou- se com a
família para Jequié – BA. Na década de 60 concluiu no Colégio do Padre o curso
ginasial. O primeiro ano científico estudou no IERP e a seguir foi morar, estudar
em Salvador e ali terminou o curso científico no Colégio da Bahia. Em 1967 foi
aprovado no vestibular para Medicina e a após a conclusão do curso em 1973, foi
para São Paulo fazer residência em Anesteologia. Retornou para Jequié em 1976 e
começou exercer a sua profissão. Logo o
médico destacou - se na cidade e em 1979 foi nomeado Diretor Regional de Saúde.
Posteriormente no ano de 1988, Gilson
Fonseca foi convidado e aceitou entrar na política. Candidatou - se e foi
eleito prefeito de Itagibá, cidade que também ganhou a eleição em 1996, 2004, 2008
e 2016. Trabalhou ainda de 1992 a 96 no Hospital Prado Valadares e na Clinica
São Vicente e foi Diretor da DIRES de 2000 a 2004. Gilson além disso foi
Diretor do IAPSEB, Secretário
de Saúde de Jequié na administração do prefeito Landulfo Caribé, todos os cargos
exercidos na cidade de Jequié.
Gilson Fonseca, médico da ADJ entrevistado por Marcos Valença repórter da Rádio Sociedade da Bahia no estádio Waldomiro Borges. |
Gilson Fonseca comemorando o acesso do Jequié para a primeira divisão do Campeonato Baiano. |
Após estes importantes relatos feitos pelo Dr. Gilson Fonseca, focamos no assunto futebol, tema que seria anteriormente o principal da nossa entrevista.
Com o semblante mais alegre, Gilson
contou que desde 1969 acompanhou o futebol amador de Jequié, esporte onde foi
jogador do Flamengo nos anos de 1963 e 64. Teve a satisfação de atuar com
jogadores como: Val, Jonas Gatão, Matias, Humberto Cabeleira e João Grilo.
Lisão, Wilson Ferreira (considerado por Gilson o maior craque de Jequié). Bobó,
Dete Leão e Flecha, época que o presidente era Otavino Costa, dono da loja “O
Metro de Ouro”. Em 1970 quando estudava em Salvador, foi o representante do
time profissional do Jequié na Federação Baiana de Futebol e também presidente
da Associação Desportiva Jequié no ano de 1976, ocasião que o time fez uma
ótima campanha no campeonato, participando de dois quadrangulares decisivos no
estádio da Fonte Nova em Salvador. Que o time foi bem financeiramente e
conseguiu arrecadar com pessoas amigas, dinheiro suficiente para pagar seis
meses do salário adiantado do técnico Enaldo Rodrigues e ainda trouxe cinco
jogadores do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Quando terminou o seu mandato, Gilson
continuou colaborando como médico da ADJ. Dr. Gilson é torcedor também do Bahia
e do Botafogo do Rio de Janeiro.
A meu pedido contou alguns casos marcantes
ocorridos durante a sua trajetória no futebol. Disse que na época de jogador amador
do Flamengo de Jequié o técnico era Ananias. Que o treinador preparava uma
pimenta e antes dos jogos dava para os jogadores, dizendo Ananias que o ardor
da pimenta fazia os jogadores correr mais em campo. No profissional aconteceu no
jogo entre Jequié e Leônico, época que o presidente era Jonas Almeida. O Jequié dependia de um empate para
participar do quadrangular decisivo. Fizemos logo um gol no Leônico em
Salvador, estávamos bem melhor, com o jogo praticamente ganho. De repente o nosso goleiro tomou dois gols,
deixando Gilson muito chateado. Quando terminou o jogo o presidente do Leônico
passou por Fonseca e disse: “paguei bem melhor do que vocês pagam para ele
ganhar”. No trajeto de Salvador para Jequié quando os jogadores ficaram sabendo
do ocorrido, mandaram parar o ônibus e deixaram o goleiro na estrada e não
atuou mais pelo time. Em outro jogo entre Jequié e Vitória na Fonte Nova, antes
do início da partida, chegou uma sacola contendo 50 mil, dinheiro que foi
devolvido pela diretoria. Conversaram com os jogadores e não admitiram nenhuma
falha comprometedora. Segundo Gilson o time foi impecável neste jogo, partida
que terminou sem gols. Contou também que neste jogo Edmilson pegou até “pensamento”,
porém foi substituído por Bisouro, devido sofrer uma grave contusão. Segundo
Gilson, na ocasião salvou a vida de Edmilson, porque no momento a língua do
atleta ficou embolada e necessitou ser puxada para o goleiro recobrar o sentido.
Gilson ressaltou também e destacou o excelente ataque do Vitória neste jogo:
Osni, André Catimba, Gibira e Mario Sérgio.
No final da entrevista falou do atual time sub-20
da ADJ, que iria jogar em Itagibá e considerou o profissional que estava
atuando no campeonato deste ano, um time de guerreiros, porém necessitava de
mais uns três jogadores. Emocionado, disse ainda que sempre acompanhou o Jequié
e nunca cobrou, nunca exigiu, sempre fez tudo por amor ao seu time do coração.
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