sexta-feira, 20 de julho de 2018

Gilson Fonseca, o médico da Associação Desportiva Jequié.


                                                                           Charles Meira
Gilson Fonseca
No dia 24 de fevereiro de 2018 no restaurante “O Cangaço Café” em Jequié, finalmente entrevistei o meu amigo Gilson Manoel Fonseca. Inicialmente o assunto seria futebol, entretanto com a concordância do prefeito da cidade de Itagibá – BA, tratamos também de outros temas relacionados à sua vida. Depois de escolhermos o que comeríamos e beberíamos, descontraidamente iniciamos a conversa.
Gilson Manoel Fonseca relatou que nasceu na Fazenda São Roque no município de Itagibá – BA, local onde morou até os oito anos de idade. Em seguida foi residir em Itagi – BA, cidade que o menino concluiu o curso primário. Na época gostava de jogar bola e era considerado pelos amigos um bom ponta direita. Quando completou 12 anos de idade, mudou- se com a família para Jequié – BA. Na década de 60 concluiu no Colégio do Padre o curso ginasial. O primeiro ano científico estudou no IERP e a seguir foi morar, estudar em Salvador e ali terminou o curso científico no Colégio da Bahia. Em 1967 foi aprovado no vestibular para Medicina e a após a conclusão do curso em 1973, foi para São Paulo fazer residência em Anesteologia. Retornou para Jequié em 1976 e começou  exercer a sua profissão. Logo o médico destacou - se na cidade e em 1979 foi nomeado Diretor Regional de Saúde.
Posteriormente no ano de 1988, Gilson Fonseca foi convidado e aceitou entrar na política. Candidatou - se e foi eleito prefeito de Itagibá, cidade que também ganhou a eleição em 1996, 2004, 2008 e 2016. Trabalhou ainda de 1992 a 96 no Hospital Prado Valadares e na Clinica São Vicente e foi Diretor da DIRES de 2000 a 2004. Gilson além disso foi Diretor do IAPSEB, Secretário de Saúde de Jequié na administração do prefeito Landulfo Caribé, todos os cargos exercidos na cidade de Jequié.

Gilson Fonseca, médico da ADJ entrevistado por Marcos Valença repórter da
 Rádio Sociedade da Bahia no estádio Waldomiro Borges.
Gilson Fonseca comemorando o acesso do Jequié para a primeira divisão
do Campeonato Baiano.

Após estes importantes relatos feitos pelo Dr. Gilson Fonseca, focamos no assunto futebol, tema que seria anteriormente o principal da nossa entrevista.  
Com o semblante mais alegre, Gilson contou que desde 1969 acompanhou o futebol amador de Jequié, esporte onde foi jogador do Flamengo nos anos de 1963 e 64. Teve a satisfação de atuar com jogadores como: Val, Jonas Gatão, Matias, Humberto Cabeleira e João Grilo. Lisão, Wilson Ferreira (considerado por Gilson o maior craque de Jequié). Bobó, Dete Leão e Flecha, época que o presidente era Otavino Costa, dono da loja “O Metro de Ouro”. Em 1970 quando estudava em Salvador, foi o representante do time profissional do Jequié na Federação Baiana de Futebol e também presidente da Associação Desportiva Jequié no ano de 1976, ocasião que o time fez uma ótima campanha no campeonato, participando de dois quadrangulares decisivos no estádio da Fonte Nova em Salvador. Que o time foi bem financeiramente e conseguiu arrecadar com pessoas amigas, dinheiro suficiente para pagar seis meses do salário adiantado do técnico Enaldo Rodrigues e ainda trouxe cinco jogadores do Vasco da Gama do Rio de Janeiro. Quando terminou o seu mandato, Gilson continuou colaborando como médico da ADJ. Dr. Gilson é torcedor também do Bahia e do Botafogo do Rio de Janeiro.
A meu pedido contou alguns casos marcantes ocorridos durante a sua trajetória no futebol. Disse que na época de jogador amador do Flamengo de Jequié o técnico era Ananias. Que o treinador preparava uma pimenta e antes dos jogos dava para os jogadores, dizendo Ananias que o ardor da pimenta fazia os jogadores correr mais em campo. No profissional aconteceu no jogo entre Jequié e Leônico, época que o presidente era Jonas Almeida.  O Jequié dependia de um empate para participar do quadrangular decisivo. Fizemos logo um gol no Leônico em Salvador, estávamos bem melhor, com o jogo praticamente ganho.  De repente o nosso goleiro tomou dois gols, deixando Gilson muito chateado. Quando terminou o jogo o presidente do Leônico passou por Fonseca e disse: “paguei bem melhor do que vocês pagam para ele ganhar”. No trajeto de Salvador para Jequié quando os jogadores ficaram sabendo do ocorrido, mandaram parar o ônibus e deixaram o goleiro na estrada e não atuou mais pelo time. Em outro jogo entre Jequié e Vitória na Fonte Nova, antes do início da partida, chegou uma sacola contendo 50 mil, dinheiro que foi devolvido pela diretoria. Conversaram com os jogadores e não admitiram nenhuma falha comprometedora. Segundo Gilson o time foi impecável neste jogo, partida que terminou sem gols. Contou também que neste jogo Edmilson pegou até “pensamento”, porém foi substituído por Bisouro, devido sofrer uma grave contusão. Segundo Gilson, na ocasião salvou a vida de Edmilson, porque no momento a língua do atleta ficou embolada e necessitou ser puxada para o goleiro recobrar o sentido. Gilson ressaltou também e destacou o excelente ataque do Vitória neste jogo: Osni, André Catimba, Gibira e Mario Sérgio.
             No final da entrevista falou do atual time sub-20 da ADJ, que iria jogar em Itagibá e considerou o profissional que estava atuando no campeonato deste ano, um time de guerreiros, porém necessitava de mais uns três jogadores. Emocionado, disse ainda que sempre acompanhou o Jequié e nunca cobrou, nunca exigiu, sempre fez tudo por amor ao seu time do coração.

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