Edição número um de abril de 1987 do “O Rascunho”, jornal dirigido pelo empresário Francisney Vieira, onde consta uma interessante entrevista entre um dos redatores do jornal, Paulo Roberto Figueiredo Vieira ao baixista Cesar Almeida, ambos de saudosa memória. Os dois fizeram parte de uma segunda fase do conjunto "Bossa Seis". (Informações e jornal de Carlos Eden Meira)
Personalidade Artística do Mês
Paulo Figueiredo Vieira entrevista César Almeida
Nesta primeira entrevista, escolhemos o contrabaixista César Almeida por se tratar de um dos precursores e divulgadores do novo som feito em Jequié, cujas repercussões ecoaram em outras plagas.
- César, você pode nos falar sobre a sua inclusão na trilha sonora do filme “Gamal – delírio do sexo”?
- Eu participei do filme com outros artistas de Jequié como: Judimar e Ivan Mariotti (esses, compositores da música-título), e Dicinho. De Salvador Tuzé de Abreu, Pepeu e seu irmão Jorginho Gomes. Esse filme de João Batista de Andrade foi premiado no Festival de Berlim em 1969.
- Outro trabalho de projeção?
- Participei com Carlinhos (do Festival da Record de 1968 com a música “Festa é Festa”, na peça de teatro do genial José Celso Martinez “Selva da Cidade”), com o grupo Oficina, interpretando músicas de Gilberto Gil.
- E em outras áreas não-musicais?
- Houve o filme Juventura e Ternude, direção de Waly Salomão, com participação de Gal Costa e Macalé.
- E aí César?
- Breve pausa para estudar Direito.
- Houve alguma atividade artística neste período?
- Ainda na faculdade, fundamos com alguns colegas, o ADEC (Acadêmicos de Direito Esportivo e Cultural). Realmente, uma revolução cultural na UFBa, com destaque para a criação de um grupo de teatro, festival de poesia, onde participei com o poema “Oxigênio Fluídico” e também do Conselho Editorial do Jornal “Modus”do poeta Nelson Nunes. (Operária e Árvore de papel).
- E quanto à música?
- Já no final do curso, formamos a “Banda Zuluz” com Gileno Félix e outros. Esta banda se apresentou no Teatro Vila Velha, acompanhando a cantora Virgínia Azevedo no show Ayê.
- Algum registro na indústria fonográfica?
- No festival Momo 82 com a música “Eu queria que vovó me visse sim” de Gilberto Félix, interpretado por Lazzo Matumbi. A música ganhou o 2º lugar e Lazzo ficou com o prêmio de melhor intérprete.
- E depois disso?
- No festival Canta Bahia com a Banda do Este, a música “Saudar Sol” de Musaé, foi classificada em 4º lugar e resultou num disco com outros ganhadores.
- O que você acha da atual fase cultural?
- Evidentemente, o verbo é mudar. As tarefas culturais de Gil e Capinan; o movimento de Chico Pinto na Constituinte. Haveremos de conjugá-los com a administração municipal de Jequié.
Nenhum comentário:
Postar um comentário